Cartas ao director

Lucília Gago I

Espero que Lucília Gago, a nova procuradora-geral da República tire o sono aos colarinhos brancos. Marcelo Rebelo de Sousa aceitou a substituição de Joana Marques Vidal afirmando que “sempre defendeu a renovação de pessoas e estilos”. Não se compreende como Carlos Costa está de pedra e cal como Governador do Banco de Portugal, após o falhanço na supervisão do BES/GES. Na tomada de posse do segundo mandato, o ex-vice presidente do Banco Europeu de Investimento disse: "A supervisão tem hoje pela frente uma insuficiência de valores e quadros institucionais.”

Ademar Costa, Póvoa de Varzim

Lucília Gago II

Agora é vê-los a chegarem-se à frente e a esforçarem-se para aparecerem na foto de conjunto com a recente nomeada, e munidos de borracha, corrector, e papel mata-borrão a tentarem apagar tudo o que disseram e escreveram sobre a rendida procuradora-geral da República. Não por terem dito coisas negativas ou desagradáveis. Antes pelo contrário. Gemeram o mais que puderam a tecer-lhe elogios. Asseveravam nela, na filha do Vidal-com-ar- de-ferro, e na sua continuidade, pois tal dava garantias que os grandes processos a percorrer os tribunais redundariam em incriminação forte e feia sobre pessoa bem definida, mais para obtenção de prazer e satisfação revanchista do que decorrente da exigência de julgamento e de sentença superior séria e justa, aplicada. Porém a surpresa chegou com a nomeação de nova PGR - Lucília Gago. Incansáveis, adoptam neo-posicionamentos, realinham-se e pretendem de Gago que seja a Joana 2. Por mim aposto que a avisada Lucília saberá ser autónoma, independente, e fazer da Justiça magistral vara igual para todos. É o que esperam dela os portugueses.

Joaquim A. Moura - Penafiel

Quando não basta ser

A não recondução de Joana Marques Vidal como procuradora-geral da República pode ter muita lógica e muitas justificações. A apresentada pela Presidência - “homenagem à vitalidade da democracia” - é algo patética.

Sem questão de fundo formal a impedir a recondução e sem nenhuma razão objectiva decorrente do desempenho de Joana Marques Vidal, esta decisão do Governo foi tomada porque lhes apeteceu.

Pode até estar tudo muito certo e o desempenho da nova procuradora continuar na linha da actual, mas no momento em que escaldam tantos processos com gente importante e muito próxima dos actuais inquilinos do poder, este apetite pela mudança parece muito, muito mau.

Carlos J F Sampaio, Esposende

Sugerir correcção
Comentar