CDS quer saber se Governo tem verbas para construir centro pediátrico no Porto

Despacho que autoriza o conselho de administração do Centro Hospitalar de São João a lançar o concurso para a concepção e projecto de novas instalações para o centro pediátrico foi publicado na terça-feira.

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Paulo Pimenta

O CDS-PP questionou esta quinta-feira o Ministério da Saúde sobre se já tem desbloqueadas as verbas necessárias para as obras do novo centro pediátrico do Hospital de São João, no Porto, cujo concurso foi anunciado.

Numa pergunta enviada através do parlamento, ao Ministério da Saúde, os deputados do CDS recordam que desde Abril o executivo "se comprometeu a resolver o problema da ala pediátrica do hospital de São João, no Porto" que "está há anos em condições indignas para tratar as crianças".

Os centristas não confiam que o despacho, publicado na terça-feira, "a autorizar o lançamento do concurso para a 'concepção e projecto de novas instalações para o Centro Pediátrico'" signifique um desbloqueamento das verbas para a sua construção.

"Infelizmente, o histórico do Governo e as promessas por cumprir em relação a esta construção, não deixam o grupo parlamentar do CDS-PP descansado", lê-se no texto da pergunta.

Por isso, os democratas-cristãos perguntam se "estão ou não desbloqueadas as verbas necessárias para a obra na ala pediátrica do Hospital de São João, no Porto" e quando recomeçam e estarão concluídas as obras.

A autorização do concurso para a concepção do projecto é o desenvolvimento mais recente deste dossier, que já teve uma intervenção do Presidente da República e a mobilização de personalidades do Porto. No dia 7, Marcelo Rebelo de Sousa declarou estar à espera que o Governo esclarecesse a sua posição sobre este centro pediátrico.

Há dez anos que o hospital tem um projecto para construir uma nova ala pediátrica, mas desde então o serviço tem sido prestado em contentores.

Em Junho, o presidente do Centro Hospitalar afirmou que o problema do centro ambulatório pediátrico, que inclui o hospital de dia da pediatria oncológica, ficou resolvido, mas "continuam a faltar as instalações do internamento pediátrico".

Avançar com as obras rapidamente

Na conferência de imprensa que realizou esta quinta-feira, o presidente da administração do hospital adiantou estar a "auscultar os serviços jurídicos" sobre a possibilidade de poder aproveitar o projecto existente para a construção do Centro Pediátrico.

Apesar de considerar o projecto que tem já dez anos "obsoleto", António Oliveira e Silva disse que lhe "facilitava a vida" poder trabalhar "em cima do projecto" que já existe, porque há estruturas e infra-estruturas que vão ser comuns.

Questionado sobre qual a solução mais adequada, se recuperar o projecto antigo ou fazer um novo, o bastonário dos médicos foi peremptório em afirmar que o mais indicado é que "as obras que são necessárias sejam feitas rapidamente".

"Com projecto anterior ou novo, o ideal é que as coisas andem para a frente. Não conheço o projecto antigo, mas sei que tem muitos anos, e pode não estar exactamente adequado às necessidades actuais, sendo importante fazer uma reavaliação rápida do que existe e do que está em cima da mesa e, depois, avançar", referiu Miguel Guimarães.

O bastonário, que afirmou que "a decisão do Governo é uma decisão positiva", salientou que o projecto tem de andar "rapidamente para a frente" porque se demorar um ano ou dois as crianças continuam em contentores, o que "é péssimo".

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