Balcão dos Despejos desaparece, mas processo administrativo não

Proposta do PS, concertada com o Governo, cria um novo Serviço de Injunções em Matéria de Arrendamento (SIMA), que vai funcionar junto da Direcção Geral de Administração da Justiça.

Foto
fau fabio augusto

As várias iniciativas legislativas no âmbito da habitação estão a ser discutidas na Assembleia da República de forma temática, tendo as questões relacionadas com a fiscalidade sido remetidas para último plano. Em primeiro lugar, os partidos tiveram de se definir quanto às propostas relacionadas com o arrendamento, e entenderem-se, ou não, nas alterações ao código civil e à própria lei das Rendas. Terminado o processo de audições que lhes ocupou dois meses, percebe-se que a primeira alteração estará relacionada com o Balcão Nacional de Arrendamento. Havia dois partidos a propor a sua extinção (PCP, PEV e BE) e dois a sugerir reformulações (PAN e PSD).

Com a proposta de alteração agora apresentada pelo PS à proposta do Governo percebe-se qual vai ser o rumo desta estrutura: desaparece o Balcão Nacional de Arrendamento e, de acordo com a proposta do PS, que foi concertada com o Governo, é criado um novo Serviço de Injunções em Matéria de Arrendamento (SIMA), que vai funcionar junto da Direcção Geral de Administração da Justiça.

Mas, como confirmou o PÚBLICO junto de uma advogada especialista em arrendamento urbano, Lourença de Sousa Rita, do escritório de José Pedro Aguiar Branco, é mudado o nome, mas mantêm-se as funções. “Trata-se de um novo serviço, mas que vai ter as mesmas funções em matéria de despejos – que continuam a ser processos administrativos que não têm de ir a tribunal –, mas aos quais se somam outras funções, como a de permitir aos inquilinos reivindicar o pagamento de obras que os senhorios se recusam a pagar”.

Esta proposta é feita tendo como base a proposta de Lei que o Governo apresentou na Assembleia e com a qual quer alterar a lei que está em vigor em 2012. O PCP retirou a sua proposta de revogação da lei e também fez alterações à proposta do Governo. O Bloco mantém em discussão uma proposta alternativa.

Sugerir correcção
Comentar