Alegada "toupeira" do Benfica sai da cadeia para prisão domiciliária

Funcionário judicial de Fafe está acusado de 76 crimes no caso e-toupeira.

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guilherme marques

O funcionário judicial de Fafe suspeito de ser um dos infiltrados do Benfica no sistema informático dos tribunais vai sair da cadeia e passar a estar preso em casa, com pulseira electrónica, confirmou o advogado ao PÚBLICO.

Funcionário do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça, José Augusto Silva está acusado dos crimes de corrupção passiva, favorecimento pessoal, peculato, burla informática, falsidade informática, acesso ilegítimo e violação de segredo de justiça – parte dos quais em co-autoria com o até há pouco tempo assessor jurídico do clube Paulo Gonçalves – no chamado caso e-toupeira. Ao todo, são 76 ilícitos.

Em troca de passar informações confidenciais ao Benfica sobre o andamento dos processos judiciais em que o clube estava envolvido, terá recebido bilhetes para os jogos e produtos de merchandising do clube, como camisolas. Na acusação que deduziu contra ele e restantes arguidos, o Ministério Público diz que usava palavras-passe de colegas para aceder aos processos. Preso preventivamente desde Março, José Augusto Silva viu agora o tribunal rever-lhe a medida de coacção, como tinha pedido, colocando-o em prisão domiciliária com pulseira electrónica.

O despacho de acusação atribui ao presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, responsabilidade directa na aprovação dos benefícios que foram entregues quer a este arguido quer a um segundo funcionário judicial, Júlio Loureiro, que trabalha em Guimarães e era ainda observador de árbitros à data dos factos. Desses benefícios faria ainda parte a possibilidade de um contacto mais próximo com os jogadores nos corredores do estádio da Luz.

No limite, o clube dos encarnados poderá ficar afastado das competições entre seis meses e três anos.

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