Sonae quer mínimo de 25% do retalho alimentar em bolsa até final do ano

Venda de acções será feita a investidores qualificados e não qualificados, mas também a investidores institucionais nos Estados Unidos e noutros países.

Foto
Enric Vives-Rubio

A Sonae SGPS anunciou formalmente nesta quarta-feira a intenção de cotar na bolsa de Lisboa a Sonae MC, empresa responsável pelo negócio do retalho alimentar, estimando que a operação ocorra no último trimestre deste ano, e que garanta uma dispersão mínima de 25% do capital.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Sonae SGPS anuncia “a intenção de proceder ao lançamento de oferta inicial e admissão à negociação do negócio de retalho alimentar, Sonae MC”, fixando como objectivo atingir um “free-float [dispersão de capital] mínimo de aproximadamente 25%”, a realizar através de uma oferta pública destinada a investidores qualificados e não qualificados em Portugal (oferta de retalho) e de uma oferta particular internacional a certos investidores institucionais nos Estados Unidos da América e noutros países.

"O IPO [sigla inglesa para oferta inicial e admissão à negociação] da Sonae MC é mais um passo que demonstra a capacidade do grupo para criar valor para os accionistas e conceder às sociedades do seu portefólio a independência necessária para continuar a cumprir as ambições de crescimento", afirma Ângelo Paupério, co-CEO da Sonae SGPS, no comunicado. "Acreditamos que esta oferta [entrada na bolsa] será uma oportunidade única para os investidores num mercado de retalho alimentar em crescimento e, especialmente, no líder do sector em Portugal", acrescenta o mesmo responsável.

A Sonae MC é, segundo o próprio grupo [proprietário do PÚBLICO], o maior operador de retalho alimentar no país, "com uma quota de mercado de 21,9%", segundo dados da PlanetRetail referentes a Abril de 2018.

O comunicado enviado à CMVM avançado que “a Sonae MC ambiciona continuar a apresentar um crescimento rentável, sustentado por um forte e contínuo plano de expansão de lojas”, antecipando que, em 2018, pretende abrir aproximadamente 18 lojas Continente Bom Dia e 4 lojas Continente Modelo. A médio prazo (2019-2021), a Sociedade prevê abrir cerca de 50 a 60 lojas Continente Bom Dia, 4-8 lojas Continente Modelo e cerca de 150 lojas de formatos adjacentes.

Entre outras estimativas para a evolução dos indicadores financeiros, "a sociedade antecipa gerar receitas brutas nas operações de sale & leaseback [venda e arrendamento de activos imobiliários] de cerca de 6 a 80 milhões de euros nos anos de 2019 e 2020", e “manter um rácio de dívida líquida de final de ano sobre EBITDA ajustado inferior a 2,0x no médio prazo, com o objectivo de ter um pay-out ratio de 40-50% do resultado líquido ajustado e após interesses minoritários”.

Sugerir correcção
Comentar