Linha de crédito às exportações para Angola sobe para 1500 milhões de euros

Primeiro-ministro português cumpre o primeiro de dois dias de visita oficial a Angola

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António Costa foi recebido no aeroporto e Luanda pelo ministro dos Negócios Estrangeiros angolano, Manuel Augusto LUSA/AMPE ROGÉRIO

Costa anuncia aumento para 1500 milhões euros da linha de crédito às exportações

O primeiro-ministro anunciou esta segunda-feira que o Governo português vai aumentar a linha de crédito de apoio às exportações para Angola de 1000 para 1500 milhões de euros, medida que considerou enquadrar-se na “solidez” das relações políticas luso-angolanas.

António Costa falava no início de uma reunião com empresários portugueses com investimentos no mercado angolano, no primeiro de dois dias de visita oficial a Angola, num discurso marcadamente económico, mas em que também falou de “emoção” e “paixão” sempre presente nas relações luso-angolanas.

“Vamos aumentar a linha de crédito de apoio às exportações dos actuais 1000 para os 1500 milhões de euros. Esta linha de crédito ampliada a renovada é um sinal muito importante da vontade dos dois países continuarem a estreitar as suas relações económicas”, declarou o primeiro-ministro.

Perante os empresários portugueses, o líder do executivo defendeu a tese sobre a necessidade de novos objectivos e, por outro lado, de os diferentes agentes no terreno “não se cingirem ao que têm feito” em termos de cooperação.

“Há ainda muito para fazer no futuro. Com a assinatura do novo acordo estratégico para a cooperação (2018/2022) vamos além dos domínios tradicionais da saúde e da educação. Alargaremos a cooperação a áreas de soberania como a defesa, a colaboração técnica policial ou a administração tributária”, especificou.

Para António Costa, os passos agora dados “traduzem que as relações políticas entre Portugal e Angola não só estão boas, como estão sólidas e com grande perspectiva de se poderem aprofundar ao longo dos próximos anos”.

“Da parte de Portugal, creio que não há com nenhum outro país, em qualquer continente, uma relação tão intensa como temos com Angola, assente nos laços individuais que se foram estabelecendo. Como todas relações intensas marcadas pela paixão, muitas vezes essas relações são também emotivas. Mas, como sabemos, sem emoção não há uma boa relação”, advogou.

Ainda neste capítulo da sua intervenção, o primeiro-ministro defendeu que, no âmbito da relação entre África e União Europeia, Portugal e Angola encontram-se em posição privilegiada.

“As relações políticas são essenciais, mas é absolutamente indispensável que o relacionamento humano, com a presença constante de quem aqui trabalha e investe, continue a construir a aprofundar as nossas relação com Angola”, afirmou, numa nova mensagem dirigidas à comunidade empresarial portuguesa radicada em Luanda.

Já antes, na visita ao Museu Nacional de História Militar na Fortaleza de Luanda, António Costa afirmou que o passado nas relações luso-angolanas ficou no museu e que os dois países se preparam para fechar um novo acordo de cooperação estratégica, num sinal de confiança em relação ao futuro.

“Vamos assinar o Acordo de Cooperação Estratégica para os próximos anos e vamos dar um sinal de confiança para o aprofundamento das nossas relações económicas”, declarou o primeiro-ministro, num momento em que estava ladeado pelos ministros angolanos Manuel Domingos (Relações Exteriores) e Salviano Sequeira (Defesa).

Perante os jornalistas, António Costa referiu que a sua visita “começou precisamente no Museu de História Militar”, sublinhando que isso “pode significar que o passado ficou no museu e que agora compete-nos construir o futuro — é nesse futuro das relações entre Portugal e Angola que temos de estar focados”.

“Esta visita é um momento muito importante, conjuga-se com a visita de Estado que o Presidente da República de Angola, João Lourenço, efectuará a Portugal em Novembro”, acrescentou.

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