China e EUA sofrem sob os efeitos das supertempestades Mangkhut e Florence

Sul da China foi atingido em cheio pelo tufão que fez dezenas de mortos nas Filipinas. Costa sudeste dos EUA está a ser inundada por chuvadas históricas.

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Ventos superiores a 170 km por hora partiram vidros em Honk Kong Reuters/BOBBY YIP
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Shenzen (Cantão) foi atingida no domingo pela chuva e pelo vento Reuters/JASON LEE
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Wilmington (Carolina do Norte) registou inundações históricas Reuters/JONATHAN DRAKE
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Vista aérea sobre um bairro de New Bern, na Carolina do Norte EPA/JIM LO SCALZO
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Autoridades esperam mais inundações nos próximos dias Reuters/JASON MICZEK

China e Estados Unidos permanecem em estado máximo de alerta devido à passagem devastadora de duas monstruosas tempestades pelas suas respectivas linhas costeiras. Depois de deixar um rasto de destruição e morte nas Filipinas, o supertufão Mangkhut lançou-se este domingo contra Hong Kong, Macau e as províncias chinesas de Cantão e Fujian, com ventos superiores a 170 km/hora. Já a tempestade Florence  perdeu força, mas despejou violentamente enormes quantidades de água sobre as Carolina do Norte e do Sul.

Catalogado pela Organização Meteorológica Mundial como a mais poderosa tempestade deste ano, o Mangkhut chegou a reduzir de intensidade após a passagem pela ilha filipina de Luzon. Mesmo assim, tanto o Observatório de Hong Kong como os Serviços Meteorológicos de Macau emitiram o sinal 10, de tempestade tropical, o máximo no nível de alerta. Sinais que obrigaram à evacuação de várias localidades e, segundo a Reuters, à deslocação de mais de 2,4 milhões de pessoas. 

Enquanto na região norte das Filipinas ainda se contabilizavam os mortos – as autoridades falam em mais de 50, mas não avançam com uma contabilidade oficial – e se procuram os desaparecidos entre os escombros, o sul da China era atingido por chuvadas fortes, ventos de 173 km/h e rajadas até 223 km/h, que deixaram mais de 100 pessoas feridas e, de acordo com South China Morning  Post, tiraram a vida a pelo menos duas pessoas.

Houve ainda registos de telhados arrancados, vidros partidos, árvores desenraizadas e incontáveis danos materiais, particularmente em Hong Kong e Macau. Em algumas zonas da costa chinesa, o nível das águas atingiu os 3,5 metros, inundando habitações, lojas e restaurantes.

Os transportes públicos foram suspensos nas zonas atingidas pelo Mangkhut e quase 900 voos foram adiados ou cancelados nos aeroportos de Hong Kong, Shenzhen e Guangzhou. Quase 50 mil barcos foram obrigados a regressar a terra e os trabalhos foram suspensos em 29 mil obras de construção. Por precaução, foram ainda encerradas refinarias, complexos industriais e centrais nucleares

À medida que avança para o interior da China, o tufão deverá perder força. Na terça-feira espera-se que se tenha tornado numa tempestade tropical.

“O pior está para vir”

Transformada em depressão tropical depois de já ter sido furacão, a tempestade Florence tem castigado os estados da Carolina do Norte e Carolina do Sul com chuvadas que atingem valores históricos, e que se deverão prolongar. O Centro Nacional de Furacões dos EUA aponta para a queda de 13 a 25 centímetros de chuva nos próximos dias e diz que chegaram a cair 86 centímetros em Swansboro – um recorde na Carolina do Norte.

As autoridades garantem, por isso, que “o pior ainda está para vir”, numa altura em que o número de mortos já terá ultrapassado a dezena e que as cheias e os deslizamentos de terra ameaçam os residentes dos estados afectados.

“Esta ainda é uma tempestade catastrófica e fatal. Muitos rios vão continuar a encher-se e a transbordar”, prevê o meteorologista Zack Taylor, do Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA, citado pela Reuters.

Mais de 760 mil casas e edifícios comerciais continuam sem energia este domingo e em algumas cidades foram emitidas ordens de recolher obrigatório. De acordo com os media norte-americanos, cerca de 15 mil pessoas encontram-se em abrigos temporários.

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