A Europa continua a bater recordes de transferências

Pelo sexto Verão consecutivo, houve um aumento nos gastos e no número de futebolistas negociados pelos clubes dos “Big 5”. Portugal está no oitavo lugar entre os países que mais abriram os cordões à bolsa.

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Kepa Arrizabalaga foi a aquisição mais cara da Premier League em 2018-19: o Chelsea pagou 80 milhões de euros pelo guarda-redes LUSA/-

Pelo sexto Verão consecutivo os clubes dos chamados “Big 5”, os cinco países de maior expressão futebolística na Europa (Inglaterra, Itália, Espanha, França e Alemanha), aumentaram o seu volume de negócios no mercado de transferências, tanto em número de jogadores transaccionados, como em verba despendida. Esta é uma das conclusões do relatório da FIFA divulgado ontem sobre as transferências realizadas entre 1 de Junho e 1 de Setembro deste ano e que envolvem 182 dos 211 membros do organismo que tutela o futebol mundial. Portugal aparece fora destas contas, mas é referenciado no relatório como o oitavo país que mais gastou no mercado, atrás dos “Big 5”, da Arábia Saudita e da Bélgica.

Segundo o relatório, a FIFA registou 8401 transferências no mundo inteiro durante os 93 dias em que esteve aberta a janela estival do mercado para um total de 5,44 mil milhões de euros. Destas, cerca de um quinto foram transferências operadas por clubes dos “Big 5” (1629), mas que representaram 77,5% do total gasto (3,62 mil milhões de euros). E esta verba traduz um aumento de gastos na ordem dos 400 milhões em relação ao Verão de 2017, em que os clubes dos “Big 5” gastaram 3,42 mil milhões de euros. O relatório apresenta números desde 2011 (1,12 mil milhões) e só em 2012 houve uma ligeira descida (1,07 mil milhões), voltando a crescer em 2013 (1,73 mil milhões). Assim, em oito anos, a verba gasta em transferências nos “Big 5” mais do que triplicou.

O número de jogadores negociados também tem crescido nos “Big 5”, com uma subida muito ligeira em relação a 2017 (mais dez), mas este também é um número que tem estado a subir sem flutuações negativas desde 2013 (1135). Outro dado interessante neste capítulo é a cada vez maior aposta dos clubes em jogadores “a custo zero” (que, como se sabe, nunca é um verdadeiro custo zero), que o relatório identifica como as transferências que não envolveram pagamento ao clube de origem. Os “custos zero” correspondem a quase dois terços das transferências (1065), enquanto foram 564 as que custaram dinheiro.

Inglaterra lidera

Este relatório da FIFA fala dos “Big 5” na totalidade, mas refere que as principais Ligas desses países são responsáveis por quase 95% dos gastos durante o Verão. Assim, a Inglaterra volta a liderar a Europa em termos de despesas com aquisições, com 1,24 mil milhões, seguida da Itália, com 864 milhões (cerca de 13%, 117 milhões, gerados pela transferência de Cristiano Ronaldo do Real Madrid para a Juventus).

A Espanha teve um crescimento de 44% em relação ao Verão de 2017, com os seus clubes a gastarem um total de 828 milhões. Bastante abaixo destes valores estão França (361 milhões) e Alemanha (337 milhões). No capítulo das receitas, foram os clubes franceses que mais lucraram com as transferências, com um volume de negócio de 719 milhões, seguidos dos clubes espanhóis (617 milhões). Os clubes italianos foram os que menos lucraram no mercado de Verão (apenas 360 milhões).

O relatório refere ainda que a Arábia Saudita foi o sexto país que mais dinheiro despendeu nesta janela de Verão (131 milhões), seguido da Bélgica (110 milhões). Portugal foi o oitavo país na lista dos gastos com transferências (73,6 milhões, menos 1,1% do que em 2017), com Holanda (73,2 milhões) e China (70,5 milhões) a completarem o top 10 dos que mais abriram os cordões à bolsa.

Cada país tem a sua preferência no que diz respeito ao recrutamento. Para além de contratarem entre si, os clubes ingleses vão buscar muitos jogadores à Escócia, que também é o destino de preferência dos futebolistas ingleses. Fora das ilhas britânicas, os ingleses têm uma preferência especial por Espanha, França e Alemanha.

Já Portugal é um dos campos de recrutamento preferidos para clubes franceses (quinto) e espanhóis (segundo), e foi também um dos destinos preferenciais (o terceiro) de jogadores dos campeonatos italianos — 17 atletas que jogavam em Itália estão na presente época no futebol português.

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