BE revelou conversas com o Governo sobre "taxa Robles" a 25 de Julho

Afirmações de Pedro Filipe Soares no balanço da sessão legislativa revelavam haver pedidos do BE ao Governo sobre especulação imobiliária

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Pedro Filipe Soares Miguel Manso

O BE revelava, a 25 de Julho, ter pedido ao Governo “dados sobre as diversas formas de transferência de imóveis, formas de concentração de imobiliário”, para poderem “também em conjunto apresentar propostas nesse sentido no próximo Orçamento do Estado”.

As declarações foram feitas na Assembleia da República, por Pedro Filipe Soares, na conferência de imprensa de balanço da sessão legislativa. Na altura, o líder da bancada parlamentar do BE, não falou em qualquer taxa, mas as suas declarações deixam claro que esse poderia ser um caminho.

“Tivemos alterações sobre o alojamento local. Mas não tivemos nenhuma alteração dos impostos sobre transferências de imóveis, não tivemos nenhuma alteração sobre os vistos gold. (...) Compras e vendas muito rápidas de imóveis demonstram que há aqui uma actividade especulativa e isso pode ser facilmente identificada e atacado, uma outra é o fim dos vistos gold”, disse Pedro Filipe Soares.

E já depois de revelar que tinham feito pedidos ao Governo sobre a matéria, o deputado bloquista acrescentou: Veremos quais são os consensos possíveis que podemos fazer, mas não podemos ignorar que estamos perante uma crescente especulação imobiliária."

César reafirma que não houve  proposta do BE

Nesta terça-feira, o líder parlamentar do PS, Carlos César, reafirmou que proposta do BE para travar a especulação imobiliária "nunca foi apresentada" nas negociações para o Orçamento do Estado para 2019, insistindo que esta medida não será aprovada.

"Sobre essa matéria já lhe disse o que sei: é que essa proposta nunca foi apresentada. Evidentemente que qualquer pessoa pode ter falado com qualquer outra pessoa, mas toda esta negociação tem uma formalidade e, portanto, aquilo que o senhor primeiro-ministro disse é a verdade", assegurou Carlos César, em entrevista à agência Lusa.

"A vivacidade do debate comporta a ideia de que não é só o Bloco de Esquerda que pode criticar o Partido Socialista, mas o Partido Socialista também pode criticar o Bloco de Esquerda", sublinhou.

Para César, esta é “apenas uma medida que pode ter uma expressão pública mais mediática, que pode eventualmente querer compensar esse problema com que o Bloco de Esquerda se confrontou, mas não assusta efectivamente os especuladores".

O PÚBLICO questionou o Ministério das Finanças e o gabinete do secretário de Estados dos Assuntos Parlamentares sobre estas questões, mas nenhum dos responsáveis quis comentar.
 

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