Musgo, um casaco para iluminar ciclistas e peões

O casaco foi desenvolvido em Portugal e está neste momento numa campanha de crowdfunding.

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Caminhadas nocturnas, peregrinações, ciclismo — as potenciais utilizações são muitas, mas o objectivo do casaco Musgo, desenvolvido em Portugal, é só um: aumentar a segurança rodoviária. Através de fibras ópticas e da ligação ao telemóvel, aumenta a visibilidade à noite e é capaz, por exemplo, de sinalizar a travagem de um ciclista.

A tecnologia foi desenvolvida pela Vime, em conjunto com a empresa têxtil Scoop e a tecnológica Lapa. Como acontece com tantas outras, "a ideia surgiu há cerca de dois anos numa conversa de amigos", conta Filipe Magalhães, director científico e tecnológico da empresa, ao PÚBLICO. Identificaram, de início, "o potencial que a inclusão de iluminação em objectos convencionais poderia ter, quer em termos de segurança, quer em termos de lazer", explica. A missão da empresa passa por reduzir o risco de acidentes na estrada, através da sinalização de peões e ciclistas.

De acordo com um relatório da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, foram registados em 2017 um total de 2036 ciclistas que ficaram feridos (129 graves) e 22 que morreram em acidentes nas estradas portuguesas. Os números aumentaram face ao ano anterior, em que houve 1882 feridos (117 graves) e 20 mortos.

Visibilidade às costas

O casaco é neste momento é ainda um "protótipo funcional", indica Filipe Magalhães. As linhas circulares das luzes percorrem-no de um lado para o outro. A peça em si está disponível em duas cores (azul e cinzento), mas as luzes estão limitadas apenas ao espectro do arco-íris, podendo ser controladas a partir do aplicação móvel.

A ligação ao smartphone potencia uma série de outras funcionalidades: sinalizar com luz a travagem de um ciclista, para avisar os demais condutores; indicar automaticamente a um caminhante a chegada a uma determinada localização ou avisar automaticamente a um trabalhador que ultrapassou um perímetro de segurança. 

O casaco tem ainda um bolso que permite isolar o corpo da radiação emitida por um telemóvel. O tecido — concebido para eliminar odores — é feito de partículas de carvão activado obtidas a partir de cascas de coco recicladas. Segundo um comunicado da marca, foi testado em condições extremas, "no deserto do Saara" e "na região antárctica".

A empresa criou uma campanha de crowdfunding, na plataforma Indiegogo, com o objectivo de juntar 80 mil dólares (cerca de 68,8 mil euros) no espaço de tempo de um mês. Até este momento conseguiu 2853 dólares, ou 4% do valor desejado. Será produzido em Portugal.

Existem actualmente outras peças de vestuário e acessórios com iluminação autónoma: a empresa britânica Lumo, por exemplo, criou um casaco com luzes LED à frente e atrás, a Ford desenvolveu um casaco com luzes de travagem e a empresa Lumos tem um capacete com luzes que sinalizam a mudança de sentido, activadas através de um botão instalado no guiador.

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