Cristas reclama liderança da oposição a Costa

Presidente do CDS diz que os professores “foram aldrabados” pelo Governo na questão das carreiras.

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Miguel Manso

Assunção Cristas insistiu nesta terça-feira, na RTP, na ideia de que o CDS é o partido que está a liderar a oposição ao Governo de António Costa. No programa Grande Entrevista, conduzido por Vítor Gonçalves, a presidente do CDS-PP disse que o seu partido “tem liderado a oposição em muitos assuntos”, é “o que apresenta mais propostas no Parlamento e que mais denúncias faz”.

Assunção Cristas disse ainda que o CDS “é o único no espectro político português que diz não querer um Governo de António Costa”. “O CDS é a única alternativa clarinha”, acentuou.

A líder do CDS manteve a afirmação que luta “para ser primeira-ministra de Portugal”. “O nosso partido precisa de ambição e é legítimo querer liderar um Governo.

Ainda assim, e numa altura em que afirma que “o voto útil acabou” depois da aliança das esquerdas, defende que “o mais importante é que os partidos de centro-direita alarguem o seu espaço político”, de forma a “puderem ser uma alternativa à esquerda. “Há muito mais proximidade entre o CDS e o PSD e outros partidos que possam aparecer que entre o PS e o Bloco”, afirmou.

Questionada sobre se o novo partido de Santana Lopes, a Aliança, ameaça o CDS, Cristas assegurou que não: “A solução na qual o CDS se revê é um bloco de centro-direita. (…) Tudo o quer aparecer para termos um espaço maior no centro direita é bom. É preciso é haver 116 deputados que suportem o Governo.”

As principais críticas de Assunção Cristas na entrevista à RTP foram sempre para o Governo de António Costa. A líder do CDS chegou mesmo a afirmar que os “professores foram aldrabados” pelo primeiro-ministro na questão das carreiras. Cristas nunca afirmou se a razão está do lado dos professores ou do Governo, até porque afirma que António Costa “não dá dados sobre a matéria”. Disse, porém, “compreender os professores”, pois “foram criadas expectativas que depois não foram cumpridas”.

“Este Governo tem andado muito mal com professores, porque não foi capaz de explicar aos professores o que era viável. (…) Não tem razão o primeiro-ministro que não consegue dialogar com os professores para ver o que é possível fazer”, acrescentou. Mas Cristas diz que “este padrão” do primeiro-ministro se “repete em diversas áreas”. “É um padrão, acontece na saúde, ferrovia, na educação.”

Sobre a proposta do Bloco de Esquerda para taxar a especulação imobiliária, a já chamada “taxa Robles”, a presidente do CDS diz que “é o BE a lavar a sua consciência”.

Assunção Cristas repetiu várias vezes que neste Governo “existe um primeiro-ministro, um ministro, Mário Centeno, e que os restantes parecem secretários de Estado”.

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