Costa garante que Governo "fez o que tinha que fazer" no caso de Tancos

Depois do ministro da Defesa, é o primeiro-ministro que se vê obrigado a responder a Rui Rio sobre as acusações de atraso na investigação do roubo de armamento. Não há risco de segurança para o país e o Ministério Público prossegue o seu trabalho de investigação, diz Costa.

Foto
Azeredo Lopes com Marcelo Rebelo de Sousa e Rovisco Duarte (CEME) LUSA/PAULO NOVAIS

A Rui Rio já responderam o ministro da Defesa através da rede social Facebook, a secretária-geral-adjunta do PS Ana Catarina Mendes em declarações à margem de um piquenique em Almodôvar, e agora foi a vez do primeiro-ministro, apanhado pelos jornalistas numa inauguração.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A Rui Rio já responderam o ministro da Defesa através da rede social Facebook, a secretária-geral-adjunta do PS Ana Catarina Mendes em declarações à margem de um piquenique em Almodôvar, e agora foi a vez do primeiro-ministro, apanhado pelos jornalistas numa inauguração.

António Costa garante que, no que diz respeito ao roubo de Tancos, "o que competia ao Governo fazer, está feito". E o que competia ao executivo fazer? Costa descreve: Nas 48 horas seguintes "verificar se havia ou não uma ameaça à segurança". E isso foi feito: "Foi possível reunir a Unidade de Combate ao Terrorismo e a secretária-geral do Serviço de Segurança Interna deu garantias de que não havia qualquer risco para a segurança interna do país."

Depois, a outra responsabilidade do Governo era para com o restante material que, "num trabalho de fundo muito importante" - elogiou António Costa - foi feita a "recolocação de todas as munições e armamento que estava em Tancos (...) em novos paióis completamente securizados de forma a não haver riscos relativamente ao material depositado".

A partir daqui, a questão já não é com o Governo, defendeu o primeiro-ministro: "Há outra dimensão que transcende completamente o Governo, que tem a ver com a investigação criminal. Mas eu não vejo razão para que não haja confiança no Ministério Público (MP) para que este faça, no melhor prazo possível, a investigação que lhe compete fazer." E aludindo às críticas de Rui Rio sobre a demora em chegar a conclusões sobre o que realmente se passou em Junho do ano passado, António Costa vincou ser "desrespeitador da autonomia própria do Ministério Público [o primeiro-ministro] estar a comentar se tem andado depressa ou devagar, se pode fazer mais ou menos; isso só o MP pode esclarecer."

Acerca da alegação do presidente do PSD de que haverá mais informação sobre o assalto a Tancos do que aquilo que é conhecido, o primeiro-ministro garantiu não saber "mais nada" do que aquilo que é público. "Nem tenho que saber porque a investigação, presumo, esteja em segredo de justiça", acrescentou, forçando a ideia de desconhecimento total. O que é um exagero, tendo em conta as várias vezes que o ministro da Defesa já esteve no Parlamento e as sucessivas notícias sobre a investigação e o argumento do Exército e do ministério sobre a situação de segredo de justiça que envolve o caso.

"Tenho a certeza de que se houvesse algum facto que pusesse em causa o risco do país, e apesar do que há em matéria de segredo de justiça, a procuradora-geral da República não deixaria de alertar o Governo para qualquer medida que fosse necessário tomar. Até agora não nos comunicou nada que exigisse qualquer tipo de medida. Se a investigação descobriu mais do que nós, bom... isso compete à investigação. Era estranho que a investigação não descobrisse mais do que nós já sabemos...", acrescentou António Costa.