A peregrinação da exuberante polifonia portuguesa

A 8.ª edição do Festival Internacional de Polifonia Portuguesa (FIPP) está a decorrer em igrejas e mosteiros portugueses.

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Francisco Ferreira

Com oito concertos, que fazem circular por belas igrejas e mosteiros portugueses três programas distintos, compõe-se a 8.ª edição do Festival Internacional de Polifonia Portuguesa (FIPP). Internacional talvez pela presença do organista Ludger Lohmann que, no programa do último fim-de-semana (dias 15 e 16, Porto e Amarante), acompanhará os Cupertinos – agrupamento vocal que se encontra na base de todo o festival – já que o programa se tem circunscrito à riquíssima produção dos polifonistas portugueses dos séculos XVI e XVII.

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Com oito concertos, que fazem circular por belas igrejas e mosteiros portugueses três programas distintos, compõe-se a 8.ª edição do Festival Internacional de Polifonia Portuguesa (FIPP). Internacional talvez pela presença do organista Ludger Lohmann que, no programa do último fim-de-semana (dias 15 e 16, Porto e Amarante), acompanhará os Cupertinos – agrupamento vocal que se encontra na base de todo o festival – já que o programa se tem circunscrito à riquíssima produção dos polifonistas portugueses dos séculos XVI e XVII.

O segundo concerto do FIPP (iniciado na véspera na Igreja de S. Domingos, em Guimarães) decorreu na passada sexta-feira em Aveiro, na Igreja do Convento de Jesus, com um fabuloso programa mariano, inteiramente composto por música de Pedro de Cristo, com que os Cupertinos assinalam o quarto centenário da morte do compositor (ca 1550 – 1618). Conforme é prática do FIPP, o concerto foi antecedido por uma apresentação do espaço que o acolheu. E se houve quem saísse a meio da Missa Salve Regina, a igreja cheia (nave e coro alto) bem testemunhou que os aveirenses não desperdiçaram a rara oportunidade de ouvir tão magnífico repertório.

No belo cenário da Igreja do Convento de Jesus pôde-se fruir o resultado de um trabalho consistente, uma interpretação musical frequentemente exponenciadora do sentido da palavra, reveladora de um aprofundado conhecimento das obras: um Salve Regina que antecedeu a Missa Salve Regina, o Magnificat octavi toni, Ave Regina caelorum, Stabat Mater, Ave maris stella, Virgo Prudentissima e, por fim, um Ave Maria.

Do heterogéneo octeto vocal, mesmo sem grandes solos destacam-se pela beleza tímbrica e firmeza da afinação as vozes de Eva Braga Simões (soprano) e Pedro Silva (baixo). 

A proposta do FIPP compreendeu ainda o habitual seminário multidisciplinar, desta vez na Sala do Capítulo de Santa Cruz (Coimbra), na tarde do passado dia 8.

O segundo programa, com os Cupertinos e a Capella Sanctae Crucis de Tiago Simas Freire, juntou música de Pedro de Cristo e de Diego de Alvarado, Bartolomeo Trosylho e Frei Agostinho da Cruz, e foi apresentado em Coimbra (no dia 8) e Vila Nova de Famalicão (no dia 9), retomando-se o FIPP com o programa dos Cupertinos a capela nos próximos dias 13, quinta-feira, em Braga e 14, sexta-feira, em Oiã.