Número de alunos colocados no interior subiu 0,7%

Número de colocados no interior aumentou menos de 1%, mas há mais candidatos em 1.ª opção para essas instituições.

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Miguel Feraso Cabral

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A redução de 5% das vagas das instituições de ensino superior de Lisboa e Porto, destinado a levar mais alunos a estudar no interior, teve um efeito moderado sobre o concurso nacional de acesso. O número de alunos colocados no interior subiu 0,7%.

Apesar do impacto pouco expressivo da medida do Governo, com um aumento do número de colocados nas instituições do interior inferior a 1%, o Ministério da Ciência e Ensino Superior valoriza, em comunicado, que estas universidades e politécnicos tiveram “mais 1,2% de candidatos em 1.ª opção”. Em algumas instituições o aumento do número de candidatos em 1.ª opção é relevante: no Politécnico de Tomar aumentou 74%, em Portalegre 23% e em Bragança 21%.

Algumas das instituições que a medida introduzida este ano pelo Governo devia beneficiar acabaram por perder alunos face ao concurso de acesso do ano passado. São disso exemplo a Universidade da Beira Interior (menos 10 alunos colocados), e os politécnicos da Guarda (menos 53) e Viseu (menos 23).

Os maiores beneficiados pela possibilidade de aumentarem vagas foram as duas instituições de ensino superior de Trás-os-Montes. A Universidade de Trás os Montes e alto Douro teve mais 82 colocados face ao ano passado, ao passo que o Politécnico de Bragança tem mais 63 novos alunos do que em 2017.

As instituições de ensino superior de Lisboa e do Porto continuam a congregar 47% do total de estudantes colocados no ensino superior – menos um ponto percentual do que ano passado.

"A medida não resolveu coisa nenhuma", aponta o reitor da Universidade do Porto, António Sousa Pereira, que, desde que tomou posse, tem sido crítico da solução encontrada pelo Governo. O único mérito do corte de vagas, defende, foi ter "impedido que as instituições do interior tivessem perdido alunos este ano".

O presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, Pedro Dominguinhos, prefere olhar para os resultados positivos da medida, como o aumento do número de candidatos em 1.ª opção nas instituições do interior. "Há um caminho que está a dar passos positivos no primeiro ano", defende. 

Apesar de a medida implementada este ano se destinar a levar mais estudantes para estudar no interior, mais de metade das vagas cortadas em Lisboa e no Porto mantiveram-se em instituições de ensino superior de outras cidades do litoral.

Quase 53% das vagas passaram para outras instituições do litoral, com destaque para as do Minho, Aveiro e Coimbra. Observando os resultados da 1.ª fase do concurso nacional de acesso deste ano, verifica-se que apenas a Universidade do Minho aproveitou a oportunidade. Em relação ao ano passado, ganhou 59 alunos. Já a Universidade de Aveiro (mais 17 estudantes), a Universidade de Coimbra (mais 9) e o Politécnico de Coimbra (mais 8) têm ganhos mais modestos.

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