Há ostras para provar no bar do Monte Mar

Mesmo coladinho ao rio, em Lisboa, está o espaço com o mesmo nome do restaurante do Guincho onde o peixe é o alimento de eleição.

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É um fim de tarde com uma brisa suave como a ondulação do rio que bate no paredão. Logo a seguir ao Cais do Sodré fica uma série de antigos armazéns. O Monte Mar nasceu onde já foi o Armazém F, um local animado da noite lisboeta.

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É um fim de tarde com uma brisa suave como a ondulação do rio que bate no paredão. Logo a seguir ao Cais do Sodré fica uma série de antigos armazéns. O Monte Mar nasceu onde já foi o Armazém F, um local animado da noite lisboeta.

Do Guincho, onde está há quase meio século (desde 1973), dando primazia aos pratos de peixe e marisco, com viveiros próprios, o Monte Mar viajou até Lisboa e abriu em Fevereiro de 2016, tendo também uma montra com as lagostas vivas e o peixe em cima das pedras de gelo à espera da escolha dos clientes. Com a chegada do Verão criou o Oyster Bar Lisbon.

Num canto da esplanada onde as refeições são servidas foi criado um espaço com enormes sofás brancos em PVC e mesas baixas, onde quem passa é convidado a comer ostras frescas acompanhadas por um champanhe, vinho ou sangria.

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Há ostras ao natural (uma, seis ou 12 unidades, com preços que começam nos 3,10 euros e terminam nos 28 euros), ou então há a possibilidade de fazer uma verdadeira refeição, preferencialmente a meio da tarde. As propostas são duas. O Misto Oyster Bar, além das ostras inclui uma saladinha de polvo, camarão cozido, recheio de sapateira e torradas (29,50 euros para duas pessoas) – o pão torrado com manteiga é muito guloso e uma óptima combinação com o marisco. Outra proposta para comer com vista para a Ponte 25 de Abril e o Cristo Rei é a mariscada, também para duas pessoas, que inclui, além de seis ostras ao natural, camarão de Espinho e gambas (32,50 euros).

Como surgiu a ideia de criar um Oyster Bar? Dulce Pinho, gestora do Monte Mar Lisboa, responde que fazia falta na capital, onde não há muitos espaços onde elas se possam comer. Além disso, como o restaurante abre ao meio-dia, era necessário ter uma oferta que começasse a meio da tarde e se prolongasse até à hora de servir jantares. “A cozinha não encerra”, justifica. O restaurante está aberto até às duas da manhã.

São cerca de 30 os lugares destinados a esta função, mas podem ser mais e, no Inverno, consoante o sucesso desta oferta, há espaço no interior para a manter. É que o Monte Mar é enorme, com capacidade para várias centenas de pessoas, só a esplanada tem 100 lugares e o restaurante 90. Além disso, “a casa é muito versátil”, explica Dulce Pinho, depois de terminar uma reunião de trabalho com alguém interessado em fazer um evento. Além do restaurante, ali podem acontecer refeições de grupos, festas (aniversários, casamentos e baptizados – no primeiro piso podem sentar-se 180 pessoas) e lançamento de produtos. “Já aqui foram feitas filmagens para anúncios de carros”, exemplifica a gestora, reconhecendo que foi aos poucos que a casa foi descobrindo as suas múltiplas funções.

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E voltamos à esplanada, onde, depois das entradas  – além das torradas com manteiga (2,50 euros), vem um queijo de Azeitão que se desfaz (7,50 euros) e presunto Pata Negra (9,90 euros), chegam as ostras servidas frescas e a saber a mar, acompanhadas por um espumante da Bairrada. O serviço é orientado pelo chefe de sala, um homem de antigamente, que fala com familiaridade com os clientes.

Seguem-se umas amêijoas à Bulhão Pato e uns camarões ao alhinho, e depois uns filetes de pescada com arroz de berbigão que são a especialidade do Monte Mar, quer no Guincho quer em Lisboa, explica o chefe de sala. Chegam à mesa com um aspecto muito caseiro: não há decorações, mas dois filetes e um monte de arroz. O filete desfaz-se na boca de tão bem confeccionado e o arroz é delicioso. “O que fizemos foi replicar em Lisboa o Monte Mar do Guincho”, explica Dulce Pinho. Por exemplo, toda a formação do pessoal da cozinha e da sala é feito junto ao mar, para depois virem com a escola toda para junto ao rio. “O Guincho é como se fosse o centro de estágios”, brinca a gestora de negócio.

Entretanto já anoiteceu e a refeição termina com as luzes da esplanada acesas e alguns aquecedores presos nos chapéus-de-sol, que ganham assim uma nova utilidade. Também há mantas para distribuir a quem estranha uma noite fria em Agosto.