KuantoKusta quer ser a Amazon portuguesa e facturar 150 milhões

Depois de uma experiência de 13 anos enquanto comparador de preços, a empresa de Matosinhos vai abrir o primeiro marketplace criado de raiz em Portugal.

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Thiago Borba é o director de parcerias estratégicas na empresa de Matosinhos Paulo Pimenta

Fundada há 13 anos em Leça do Balio, Matosinhos, como plataforma para comparação de preços online, a KuantoKusta foi, até agora, sobretudo uma empresa que agregava tráfego junto dos utilizadores da internet que andavam à procura de informações de produto e a vendia aos comerciantes. A partir do dia 26 de Setembro, o KuantoKusta será, também, o primeiro marketplace criado de raiz em Portugal, permitindo aos seus utilizadores não só pesquisar os preços e em que lojas são vendidos os produtos que procuram, como também a efectivarem a compra. E, na mesma operação, e com um único pagamento, poderão comprar um par de sapatos, um telemóvel, um cortinado, e uma ventoinha eléctrica.

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Fundada há 13 anos em Leça do Balio, Matosinhos, como plataforma para comparação de preços online, a KuantoKusta foi, até agora, sobretudo uma empresa que agregava tráfego junto dos utilizadores da internet que andavam à procura de informações de produto e a vendia aos comerciantes. A partir do dia 26 de Setembro, o KuantoKusta será, também, o primeiro marketplace criado de raiz em Portugal, permitindo aos seus utilizadores não só pesquisar os preços e em que lojas são vendidos os produtos que procuram, como também a efectivarem a compra. E, na mesma operação, e com um único pagamento, poderão comprar um par de sapatos, um telemóvel, um cortinado, e uma ventoinha eléctrica.

“Do pião ao avião, queremos que todos os produtos possam ser comprados na nossa plataforma, assegurando aos consumidores compras com segurança e fiabilidade”, diz ao PÚBLICO Thiago Borba, que assumiu a direcção de parcerias estratégicas na empresa.

A ideia é que o utilizador que pesquise um produto no KuantoKusta seja municiado com todas as informações do produto (há já um blogue com análises críticas que vai ser intensificado) e também dos comerciantes e lojistas, à semelhança do que acontece, por exemplo, no Amazon Marketplace. E no caso de ser confrontado com a oferta de um comerciante do qual não conhece experiência, o consumidor poderá ultrapassar o desconforto que pode ter inicialmente, já que o interlocutor nestas transacções é o KuantoKusta, e é este quem faz todo o serviço de assistência ao cliente e pós-venda, tendo um nível de serviço uniforme e garantia de entrega ou dinheiro de volta, bem como opções de pagamento seguras e com tecnologias antifraude. 

A experiência de Thiago Borba nas empresas de comércio electrónico (passou por grandes retalhistas mundiais como a Walmart, a Groupon ou a B2W, que embora menor que as anteriores, é já o maior marketplace da América Latina) revelou-se fundamental na concretização de um objectivo que andava a ser perseguido pelo presidente e fundador do KuantoKusta, Paulo Pimenta, há já dois anos.

Depois de em 2017 ter atingido resultados recordes, com uma facturação de 1,7 milhões de euros e quase 30 milhões de visitas ao site, a ambição que está desenhada para a próxima etapa da vida da empresa deverá permitir multiplicar por muitos zeros aqueles resultados. “Se conseguirmos entrar em 2019 como um marketplace puro, podemos fechar o ano a facturar 150 milhões de euros”, assegura Thiago Borba.

O optimismo deste gestor está alicerçado nos resultados que já conseguiu desde que começou a trabalhar no projecto, há apenas cinco meses. “Tencionávamos arrancar a experiência do marketplace com 50 lojistas, e afinal vamos começar com 130. E nem todos são do portfólio de quase 700 lojistas que já trabalhavam connosco. Há outros novos, que quiseram entrar logo que nos ouviram dizer que havia essa oportunidade”, afirma Borba, dando como exemplo empresas do Chile, que até agora não podia abrir uma loja electrónica em Portugal (por não ter sede física no país), e que agora podem fazê-lo, alojados na plataforma-mãe do KuantoKusta.

Com mais de dois milhões de produtos registados, e cerca de 700 lojistas ou comerciantes de diferentes dimensões, o KuantoKusta representou em 2017 mais de 450 milhões de euros de transacções para as lojas registadas, o que significa cerca de 10% de toda a facturação de comércio electrónico em Portugal. Os objectivos a que se propõem até final de 2019 centram-se em ter um catálogo com cerca de 10 milhões de produtos e conseguir concretizar cerca de 300 mil transacções.

O KuantoKusta assegura que vai conseguir devolver ao consumidor que usa a sua plataforma para pesquisa o resultado mais interessante depois de ter desenvolvido um algoritmo assente em cinco critérios (preço, portes, tempo de entrega, avaliação dos clientes e devolução de encomendas) e que joga com localização do consumidor.

"No topo da pesquisa não vai aparecer o lojista que pagar mais para aparecer, como é o modelo de outras plataformas de pesquisa. Aqui, a melhor oferta vai aparecer com base no cruzamento das informações mais relevantes para o consumidor", explica Thiago Borba.

Aos comerciantes, o KuantoKusta vai continuar a oferecer tráfego, expectavelmente com elevadas taxas de conversão. Trata-se de um negócio interessante para os pequenos lojistas, a que teriam dificuldade em aceder fora desta plataforma, mas também interessante para as marcas maiores (elas próprias com lojas electrónicas próprias), mas que já mostraram que não querem deixar de estar na plataforma.

O KuantoKusta oferece capilaridade no acesso aos consumidores. “Acreditamos que estamos, sobretudo, a democratizar o comércio electrónico, porque o pequeno lojista, que também consegue ter muitos bons preços em determinadas ocasiões, pode estar a competir com um dos grandes”, explica Thiago Borba.