Antigo assessor de Trump condenado a 14 dias de prisão por mentir ao FBI

George Papadopoulos foi também condenado a um ano de liberdade condicional, 200 horas de serviço comunitário e ao pagamento de uma multa de 9500 dólares.

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George Papadopoulos Tasos Katopodis/ EPA

George Papadopoulos, antigo assessor de Donald Trump durante a campanha para as presidenciais, foi condenado a 14 dias na prisão, depois de se ter declarado culpado por ter mentido a agentes federais, que investigavam as suspeitas de conluio russo nas eleições de 2016.

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George Papadopoulos, antigo assessor de Donald Trump durante a campanha para as presidenciais, foi condenado a 14 dias na prisão, depois de se ter declarado culpado por ter mentido a agentes federais, que investigavam as suspeitas de conluio russo nas eleições de 2016.

Os procuradores pediram ao juiz à frente do caso uma pena de prisão bem maior: seis meses. Defenderam que as mentiras de Papadopoulos impediram a investigação e queixaram-se da falta de colaboração do acusado. Mas a pena ficou fixada nos 14 dias.

Para além disso, Papadopoulos foi condenado a um ano de liberdade condicional, 200 horas de serviço comunitário e ao pagamento de uma multa de 9500 dólares (pouco mais de 8200 euros).

As mentiras que contou, enquanto foi ouvido pelo FBI, em Janeiro do ano passado, “minaram a capacidade dos investigadores” de deter o professor “enquanto ainda estava em solo norte-americano”, defenderam os procuradores em tribunal.

“Espero ter uma segunda oportunidade para me redimir”, disse Papadopoulos ao juiz, durante a audição. “Cometi um erro horrível, mas sou um bom homem.”

O procurador especial Robert Mueller concluiu, em 2017, que Papadopoulos mentiu aos agentes do FBI acerca dos seus contactos com russos durante a campanha “para minimizar o seu papel enquanto testemunha e a extensão do conhecimento sobre a campanha dos seus contactos”, lê-se no memorando do Governo.

Entre esses contactos, encontrava-se o professor russo Joseph Mifsud, que vivia em Londres, à época, e que terá dito a Papadopoulos que os russos tinham provas incriminatórias contra Hillary Clinton, na forma de centenas de e-mails.

O FBI relata um encontro entre o “Professor” e Papadopoulos em Abril de 2016, um mês depois de este se ter juntado à campanha de Trump, onde o primeiro o informou de que os russos tinham na sua posse informação “suja” sobre Hillary Clinton. “Os russos têm e-mails de Clinton”, “eles têm milhares de emails”, terá dito o “Professor”.

De acordo com os documentos do FBI sobre a confissão do assessor, “Papadopoulos encontrou-se com o Professor pela primeira vez no dia 14 de Março, de 2016, depois de Papadopoulos saber que iria ser conselheiro para a política externa da campanha”. Além disso, explica-se que o “Professor” apenas “mostrou interesse em Papadopoulos depois de saber do seu papel na campanha”.