Vigo obriga taxistas a esperarem que as clientes entrem em casa

O objectivo é conferir maior segurança às mulheres. A cidade galega já permitia que estas pudessem sair dos autocarros em qualquer ponto, e não apenas nas paragens designadas, a partir das 22h30.

Foto
Susana Vera/Reuters

A autarquia de Vigo, na Galiza, anunciou uma nova medida de prevenção da violência de género, obrigando os taxistas da cidade a verificar se as clientes que transportam até casa entram em segurança no respectivo domicílio, caso estas o solicitem.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A autarquia de Vigo, na Galiza, anunciou uma nova medida de prevenção da violência de género, obrigando os taxistas da cidade a verificar se as clientes que transportam até casa entram em segurança no respectivo domicílio, caso estas o solicitem.

Ángeles Marra, vereadora dos transportes e projectos estatais europeus do município de Vigo, defende que a medida referente aos táxis da cidade é um acto necessário ao esforço de "prevenção contra a violência machista”, bem como para oferecer mais segurança a vítimas de maus tratos e abusos sexuais. Segundo o El País, os índices de violência contra mulheres na Galiza aumentaram 17,5% em 2017, de acordo com dados do Ministério Público daquela comunidade autónoma espanhola.

A medida entrará em vigor nos próximos dias e integra um pacote de leis que já inclui a possibilidade de as mulheres solicitarem a saída dos autocarros em serviço nocturno em qualquer local e não apenas nas paragens designadas, como já acontece em Barcelona e Bilbau. Na altura, essa medida foi recebida com algum cepticismo pelas associações feministas espanholas, que defendem antes um maior investimento no policiamento, na iluminação nocturna das cidades e em campanhas de promoção da igualdade e contra a violência doméstica.

Texto editado por Pedro Guerreiro