Porto desafia empresas para projectos que mexam com a cidade

Empresas portuguesas convidadas a candidatar soluções em áreas como a mobilidade, ambiente, bem-estar e participação cidadã, para demonstração em oito cidades europeias.

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O Anda, que permite usar o transporte público no Porto é um exemplo de aplicação com impacto na mobilidade Joana Gonçalves

A cidade do Porto está a desafiar empresas portuguesas que queiram desenvolver serviços capazes de pôr as cidades a mexer e, dessa forma, solucionar problemas do quotidiano urbano. Mobilidade, envolvimento do cidadão, ambiente e bem-estar são as palavras-chave para os projectos que o Porto procura. A Synchronicity acolhe candidaturas até ao final de Setembro. 

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A cidade do Porto está a desafiar empresas portuguesas que queiram desenvolver serviços capazes de pôr as cidades a mexer e, dessa forma, solucionar problemas do quotidiano urbano. Mobilidade, envolvimento do cidadão, ambiente e bem-estar são as palavras-chave para os projectos que o Porto procura. A Synchronicity acolhe candidaturas até ao final de Setembro. 

O investimento é de três milhões de euros e envolve mais sete cidades europeias numa plataforma global designada Synchronicity à qual a Câmara do Porto, em parceria com a Porto Digital, se associou. E que procura soluções ao nível digital para resolver problemas urbanos bem conhecidos dos decisores políticos locais, como o trânsito ou a poluição, por exemplo.

Ao PÚBLICO, o vereador para a Inovação e Ambiente da Câmara do Porto, Filipe Araújo, esclareceu que o alicerce da plataforma Synchronicity “está assente na lógica da inovação”. Sobre o projecto, o responsável acrescentou ainda que “o objectivo é desenvolver a plataforma e incentivar e testar novos serviços de forma a criar um mercado global de soluções urbanas capazes de melhorar a qualidade de vida nas cidades".

O concurso é destinado a Pequenas e Médias Empresas (PME) “que já tenham soluções demonstradas e as queiram ver testadas nas cidades a concurso”, explicou Filipe Araújo. O autarca assinala que para além da motivação óbvia das cidades participantes, que procuram soluções em linha com estratégias de smart cities (cidades inteligentes), a plataforma serve também o objectivo de desenvolvimento da chamada “Internet das coisas”, em que cada vez mais dispositivos - carros, casas, aparelhos de electrónica e até electrodomésticos - estão permanentemente ligados à Internet e a comunicar entre si.

Outro objectivo, este mais especifico da participação do Porto no projecto, é alavancar a participação portuguesa no Synchronicity e, ao mesmo tempo, projectar empresas nacionais no mercado mundial. Filipe Araújo adiantou que já foram recebidas algumas propostas de PME interessadas no concurso. Neste momento, a plataforma está também disponível para sessões de esclarecimentos destinadas a quem pretenda candidatar-se. 

A competição vai desenrolar-se com a avaliação de um júri independente que tem a função de seleccionar entre 15 e 25 soluções, que serão postas em prática no início do próximo ano. O financiamento que cada proposta escolhida vai receber é de 100 e 300 mil euros e as soluções podem ser aplicadas em qualquer uma das cidades a concurso. Apesar de cada uma delas ter escolhido áreas de interesse para os projectos, também decorre um desafio aberto a propostas que não se encaixem em nenhuma das categorias.

A plataforma na base do projecto foi desenvolvida em colaboração com as cidades que nele participam. Além do Porto, estão envolvidas Manchester (Reino Unido), Helsínquia (Finlândia), Milão (Itália), Antuérpia (Bélgica), Carouge (Suíça), Santander (Espanha) e Eindoven (Holanda), da Europa, e e ainda por León, do México e Seongnam, da Coreia do Sul. O investimento global na Synchronicity atingiu os 20 milhões de euros e foi co-financiado pela Comissão Europeia.

Com esta participação na Synchronicity, o Porto pretende expandir os serviços baseados nas infra-estruturas tecnológicas já existentes, como a fibra óptica ou a rede Wi-Fi. “Os projectos a submeter devem apoiar a expansão tecnológica urbana, bem como contribuir activamente para que os cidadãos e agentes de inovação nas cidades possam ser participantes activos no desenvolvimento deste mercado digital único”, explica a autarquia em comunicado de imprensa.