Cartas ao director

Um museu chamado Brasil

O que a ciência e a cultura do Brasil podem esperar de governantes ilegítimos, que desrespeitam a soberania do voto, a Constituição e a vida de milhões de cidadãos brasileiros? O incêndio no Museu Nacional destruiu um acervo de 20 milhões de peças da nossa história e universal de duzentos anos. O incêndio é o retrato fiel da concepção política e golpista de austeridade, imposta por aqueles que assaltaram o país e rasgaram sua Constituição. Uma austeridade estendida ilegitimamente por 20 anos, que atinge bens sociais, patrimoniais e acervos históricos irrecuperáveis como esse do Museu Nacional. Como punir esses facínoras? Difícil, pois se escondem por trás de uma aparelho estatal repressivo, político e jurídico. Por tudo isso é que essas eleições tem dois caminhos: ou dá continuidade a esse incêndio criminoso ao país, seu povo, sua história ou retoma a via da normalidade, do crescimento, com distribuição de renda.

Antonio Negrão de Sá, Rio de Janeiro

Ciclovias

Na edição do PÚBLICO de 3/9 li sobre as ciclovias da Póvoa de Sta. Iria. Mais um exemplo da nova moda da parolice saloia dos edis. Concordo que se façam em circuitos de lazer ou passeio. Agora afirmar-se que terão função utilitária “coexistir com o automóvel nas idas para o emprego ou escola” ou “uma rede municipal de ciclovias”,etc., etc. é de cabo de esquadra.

Alguém imagina os portugueses a irem para o emprego de bicicleta, a mandar os filhos para a escola a pedalar? Estes srs. sonham com quê? É só ver a quantidade de frequentadores da nova coqueluche, agora que passou a moda das rotundas… às moscas. Só ao fim-de-semana se vê alguma utilização. E qual o resultado alcançado com esta nova moda e promoção da saudável bicicleta e ciclovia? Aqui em Algés é fácil de ver, com alguma frequência. O bom do portuguesinho a circular, de bicicleta, pelos passeios. Acham-se no direito, face a toda esta algazarra promocional de fazer o que bem entendem, até de transformar os passeios em ciclovias. É vê-los também em desrespeito pelo sinal de proibição a descer as rampas de acesso à estação da CP em velocidade de gincana obrigando as pessoas a sair da frente. E quando chamados à atenção, insultuosos na sua maioria, ofensivos, a pergunta sacramental “se somos polícias”. Que nunca está. Seria talvez aconselhável que houvesse uma campanha de sensibilização/educação aos promovidos cidadãos/ciclistas que malcriadamente se julgam, porque na moda, com mais direitos que o resto do povinho que já tem que lidar com carros estacionados em cima dos passeios, esplanadas que não permitem passagem a um carro de bebé, caixotes de lixo, placards de publicidade comercial e política colocados sem a mínima consideração por quem passa. Um caos.

Esta promoção velocipédica como diz o edil até pode ser boa para a saúde. Não o foi para a menina que me atropelou, faz meses, quando eu saía de uma loja sem a devida precaução. Excesso de velocidade, desviou-se, bateu-me com o guiador, despistou-se e caiu. Coitadinha.

Fernando Jorge Sacadura Cardoso, Algés

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