PCP exige reforço de trabalhadores de recolha de lixo em Lisboa

O partido acredita que a transferência de várias competências para as juntas originou “um profundo recuo nas respostas aos interesses da população”.

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Rita Rodrigues

O Partido Comunista Português (PCP) defendeu esta segunda-feira a contratação pela Câmara Municipal de Lisboa? de mais trabalhadores para a recolha do lixo . Em comunicado, o partido afirma que “não aceita que a resolução dos problemas existentes passe pela precarização dos vínculos dos trabalhadores da higiene urbana nas Juntas de Freguesia”. 

O partido reforça que a recolha de lixo deve ser considerada uma área estruturante para que a Câmara Municipal de Lisboa reassuma as suas responsabilidades, “voltando a prestar um serviço público de qualidade aos seus munícipes e visitantes e estabilidade e direitos laborais aos seus trabalhadores”.

Entre 2013 e 2014, os funcionários das juntas de freguesia passaram a ser responsáveis pela lavagem e varredura das ruas. Na câmara, os trabalhadores da higiene urbana alternavam entre a recolha de lixo e a limpeza urbana.

Com a passagem de quase 600 funcionários para as juntas, o serviço de recolha ficou desfalcado e os sacos começaram a acumular-se nos passeios. O PCP afirma que esta transferência levou “à ruptura na capacidade dos serviços de recolha dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), ao que acresce o desinvestimento verificado há anos na frota da higiene urbana, as deficiências ao nível da organização dos circuitos de recolha e ainda na formação dos trabalhadores”. 

Para tentar colmatar o problema, a câmara contratou 150 cantoneiros que não foram suficientes para lidar com a quantidade de lixo causada pelo aumento de visitantes na cidade. Brevemente, explicou ao PÚBLICO a Câmara de Lisboa, vai ser aberto abrirá um concurso para a contratação de mais 99 trabalhadores para a higiene urbana.

Para o partido comunista, a cidade "vive hoje uma situação caótica ao nível da recolha de lixo e limpeza das ruas, que afecta negativamente o dia-a-dia de quem vive e trabalha em Lisboa". O comunicado acrescenta que “ao nível das juntas existe uma incapacidade premente para dar resposta à limpeza e varredura de ruas o que origina o recurso à contratação de empresas privadas com a consequente precarização dos vínculos dos trabalhadores da área”. 

Para o PCP, “por detrás da retórica utilizada pelo PS e PSD para justificar o processo de reorganização administrativa em Lisboa baseada na ideia de proximidade aos cidadãos bem como nas possíveis poupanças na gestão dos serviços, estão as verdadeiras intenções de privatização de serviços, redução do número de trabalhadores, aumento da precariedade dos vínculos laborais e cedência constante a grandes interesses económicos”. 

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