Coreia do Sul declara guerra a câmaras ocultas em casas de banho

Casas de banho serão verificadas diariamente em busca de câmaras ocultas. Filmar mulheres nos provadores de roupa, nas casas de banho públicas ou por baixo das saias é um problema grave na Coreia do Sul. As imagens acabam divulgadas em sites pornográficos.

Foto
Autoridades sul-coreanas apostam em campanha para desincentivar este tipo de consumo de pornografia Polícia da Coreia do Sul

Para fazer frente às câmaras de vídeo escondidas em casas de banho públicas – cujas imagens são depois divulgadas online em sites de pornografia, sem consentimento das vítimas –, a capital da Coreia do Sul comprometeu-se a controlar diariamente as casas de banho públicas. Só no ano passado, foram denunciados mais de 6000 casos de câmaras escondidas em casas de banho e em provadores de roupa, refere a BBC neste domingo.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Para fazer frente às câmaras de vídeo escondidas em casas de banho públicas – cujas imagens são depois divulgadas online em sites de pornografia, sem consentimento das vítimas –, a capital da Coreia do Sul comprometeu-se a controlar diariamente as casas de banho públicas. Só no ano passado, foram denunciados mais de 6000 casos de câmaras escondidas em casas de banho e em provadores de roupa, refere a BBC neste domingo.

Em Agosto, 70 mil coreanos (sobretudo mulheres) saíram às ruas de Seul para se mostrarem contra este tipo de invasão de privacidade, pedindo medidas que punissem os responsáveis. Manifestavam-se contra quem filmava mulheres sem o seu consentimento, não só em casas de banho públicas, mas também nas escolas, escritórios ou transportes públicos, conta a AFP. “A minha vida não é a tua pornografia”, lia-se em alguns dos cartazes exibidos no protesto.

Segundo a BBC, 80% das vítimas da pornografia resultante de câmaras escondidas são mulheres. Das 5400 pessoas detidas no ano passado por serem suspeitas de crimes relacionados com câmaras ocultas, só 2% foram presas.

A polícia sul-coreana fez uma campanha em que mostra mulheres em algumas destas situações – nas casas de banho, em casa, em provadores de roupa. A campanha pretende assustar quem pretenda fazer downloads de vídeos do género. (Cuidado: o vídeo abaixo pode ferir susceptibilidades)

A agência de notícias sul-coreana Yonhap refere que as casas de banho públicas só são verificadas cerca de uma vez por mês. Agora, além das autoridades competentes, os funcionários responsáveis pela manutenção das casas de banho terão também de investigar as casas de banho em busca de câmaras.