Palcos da semana

Um condensado de dança contemporânea. Música aos milhões. Fantasmas no cinema e no teatro. E uma Medeia com história e desejos.

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Se Alguma Vez Precisares da Minha Vida, Vem e Toma-a, de Victor Hugo Pontes Paulo Pimenta

Dança
Algures em Trás-os Montes, antes do Clarão

A verdade faz-nos mais fortes

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Dança
Algures em Trás-os Montes, antes do Clarão

Vila Real e Bragança tornam a pôr em palco, gratuitamente, um condensado de espectáculos recentes de dança contemporânea de criadores portugueses. A segunda edição do Algures a Nordeste começa com Walking With Kylián. Never Stop Searching, um tributo de Paulo Ribeiro a Jirí Kylián, e fecha com a Saudade dançada com a guitarra portuguesa pelo Quorum Ballet de Daniel Cardoso. Entre eles, dá a ver Se Alguma Vez Precisares da Minha Vida, Vem e Toma-a, um olhar de Victor Hugo Pontes sobre A Gaivota de Tchékhov; A Meio da Noite, evocação do imaginário de Ingmar Bergman por Olga Roriz; Home 2.0, peça multimédia de Cláudia Martins e Rafael Carriço, para a Vortice Dance Company, acerca a adaptação do astronauta ao espaço; e Fobos, o medo trabalhado pela Companhia de Dança de Almada, com coreografia de Bruno Duarte. Co-criado pelos teatros municipais das duas cidades transmontanas, o festival oferece também workshops e promove duas criações originais. Depois de Torga L.I.B.E.R.D.A.D.E., estreada em Abril, guarda para Novembro a primeira apresentação do Clarão de André Braga e Cláudia Figueiredo, da Circolando.

VILA REAL e BRAGANÇA Teatros Municipais
De 8 a 29 de Setembro.
Grátis

 

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Jorge Goncalves

Teatro
Tudo por um filho

Os Artistas Unidos pegam na obra de Claudio Tolcachir para levar à cena um drama simultaneamente íntimo e social: O Vento num Violino. Certo e errado mandam pouco neste enredo. O cerne está nas decisões drásticas que as pessoas podem tomar quando interpeladas por determinadas condicionantes. Neste caso, um casal de mulheres desespera por ter um filho. Empenhadas em fazer o que for preciso para completar a família, só vislumbram uma solução: violar um homem… O Vento num Violino é o último título de uma trilogia do autor e encenador argentino, que se completa com A Omissão da Família Coleman e Terceiro Corpo, ambos publicados em Portugal pela companhia de Jorge Silva Melo no ano passado.

LISBOA Teatro da Politécnica
De 5 de Setembro a 13 de Outubro. Terça e quarta, às 19h; quinta e sexta, às 21h; sábado, às 16h e 21h.
Bilhetes a 10€

 

Foto
Bala Paulo Pimenta

Música
Milhões mais tarde

Passou Julho, Agosto e muitos melómanos já se perguntavam pelo Milhões de Festa. Não há motivo para alarme: o festival mantém-se no calendário nacional com a sua personalidade à parte, enquanto espécie de tubo de ensaio para a descoberta e projecção de sonoridades alternativas de todas as estirpes. Mas, este ano, anuncia uma reinvenção que começa por passar do pico para o final do Verão e por adoptar como tema A tradição já não é o que era. A 11.ª edição traz, além do reforço do papel das curadorias, festas paralelas, uma feira de webzines, performances a circular, aulas de ioga e uma "discoteca silenciosa" para fechar. De resto, o festival da Lovers & Lollypops não falha na oferta de um cartaz musculado, com lugar para Squarepusher, Os Tubarões, Lena D'Água e Primeira Dama, Electric Wizard, Gazelle Twin, Bala e Mouse on Mars, entre muitos outros.

BARCELOS Parque fluvial
De 6 a 9 de Setembro, a partir das 18h.
Bilhetes a 20€ (dia) e 60€ (passe)

Foto
José Manuel Marques

 

Teatro
Medeia ao espelho

Fernanda Lapa volta a encenar Medeia É Bom Rapaz, do dramaturgo espanhol Luis Riaza, 26 anos depois de o ter feito com uma produção independente que causou impacto no público e na crítica (entre outros prémios, recebeu o do extinto semanário Se7e para melhor encenação). Agora, é com a Escola de Mulheres que põe em palco esta peça sobre desejo, ambiguidade e poder. Dois actores, André Leitão e Ruy Malheiro – nos lugares ocupados, em 1992, por Rogério Samora e João Grosso –, "fazem de homens que fazem de mulheres”, explica a companhia em comunicado, neste “jogo de espelhos deformantes", dando vida a "um cerimonial destruidor, um pesadelo da sociedade moderna acorrentada a fantasmas (...) que lutam risivelmente pelo poder".

LISBOA Clube Estefânia
De 6 a 30 de Setembro. Quinta a domingo, às 22h.
Bilhetes a 12€

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A Freira Maldita

 

Cinema
Terror de rezar por mais

Vai abrir o check-in para fantasmas, demónios, zombies e… eclesiásticos. É com A Freira Maldita que começa a 12.ª edição do Motelx - Festival de Cinema de Terror de Lisboa. A antestreia nacional do filme de Corin Hardy abre portas a dezenas de projecções. Só no Serviço de Quarto (a secção principal) são mais de 30, a que se juntam nove a competir pelo prémio Melhor Longa de Terror Europeia - Méliès d'Argent e muitas curtas, microcurtas e obras em sessões especiais. Leigh Whannell, Paco Plaza, Yann Gonzalez, Oliver Kienle, Andy Nyman, Tilman Singer, John McPhail, Lukas Feigelfeld e Paul Urkijo são alguns dos realizadores a marcar presença. O Motelx alberga ainda uma homenagem à sueca Solveig Nordlund, a celebração do 200.º aniversário do Frankenstein de Mary Shelley, cineconcertos, masterclasses, conversas, sessões de autógrafos, uma exposição, jogos e, para as crianças, a (expandida) secção Lobo Mau.

LISBOA Cinema São Jorge, Cinemateca e outros locais
De 4 a 9 de Setembro.
Bilhetes de 2€ a 4€/sessão