Igreja mais conservadora em Portugal prefere as redes sociais

Vozes conservadoras evitam posições institucionais junto dos media.

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ADRIANO MIRANDA

Papa enfrenta ultraconservadores. Conseguirá aguentar-se no cargo?

É sobretudo através de redes sociais que se pode avaliar o que pensam os sectores mais conservadores da Igreja portuguesa, que evitam posições institucionais junto dos media. O Opus Dei é um exemplo. O PÚBLICO procurou ouvir o porta-voz desta instituição, que se escusou a prestar declarações sobre o que se está a passar no interior da Igreja Católica. E também não foi possível chegar ao contacto de uma das suas figuras mais mediáticas, o padre Gonçalo Portocarrero de Almada.

Na falta de posições institucionais assumidas individualmente, as ideias defendidas por estes sectores, muitas por "vozes civis", circulam e são partilhadas no espaço digital. Como no blogue SenzaPagare, do qual consta uma descrição da carta do polémico arcebispo Carlo Maria Viganò que acusa o Papa Francisco de encobrir abusos sexuais e um texto de reacção ao mesmo, que lhe dá crédito e segue a linha mais tradicional.

O autor defende que "não há motivo razoável e plausível para duvidar da veracidade do conteúdo do documento”. E considera “completamente insuficiente e nada convincente que as autoridades da Igreja continuem a formular apelos genéricos de tolerância zero em casos de abusos sexuais”. Também os media são visados: “Não surpreenderia se a oligarquia dos meios de comunicação social mainstream internacional, que promove a homossexualidade e a depravação moral, começasse a denegrir a pessoa do arcebispo Viganò e deixasse o núcleo do assunto do seu documento cair no esquecimento.”

Neste blogue onde se recorda Pio X e a sua frase “Os verdadeiros amigos das pessoas não são os revolucionários nem os inovadores mas os tradicionais”, nenhum texto dá voz ao Papa sobre este assunto. 

Também no grupo do Facebook Actualidade Religiosa, a discussão sobre estes temas tem tido um dinamismo maior por parte dos mais conservadores, sobretudo contra a homossexualidade, os contraceptivos, os recasados e os divorciados. Com posts como: "50 anos depois, a maioria das mulheres católicas americanas ainda ignora a proibição do Vaticano sobre contraceptivos".

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