PCP rejeita mudança de hora e acusa Juncker de "cinismo"

Para os comunistas, "cada Estado, a começar pelo nosso país, deve ter o poder soberano de fixar a hora".

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João Ferreira é eurodeputado do PCP em Bruxelas Rui Gaudêncio

O PCP acusou esta sexta-feira, em nota enviada à comunicação social, a Comissão Europeia de "cinismo" por tenta impor a mudança de hora aos seus membros a coberto de uma "suposta consulta pública".

"A pretensão anunciada pela Comissão Europeia de propor o fim da mudança da hora, a coberto de uma suposta consulta pública, invocando razões de interesse 'mercado interno' e comércio transnacional é expressão, mesmo em matérias como esta, de concepções federalistas inaceitáveis", escrevem os comunistas.

Para o PCP, cada Estado "deve ter o poder soberano de fixar a hora de acordo com os seus interesses específicos, a sua geografia, ritmos e organização de vida individual e colectiva", tendo em conta as necessidades de cada povo.

Os comunistas criticam o argumento usado por Jean-Claude Juncker, segundo qual “quando se consulta os cidadãos sobre algo, convém de seguida fazer aquilo que desejam”, classificando-o como um exercício de "cinismo, conhecido que é o desrespeito da União Europeia pela vontade expressa pelos povos, como historicamente se verificou, e verifica, seja em referendos nacionais, como sucedeu na Dinamarca, na Irlanda ou na Grécia".

Quando, ou se, a questão for debatida no Parlamento Europeu caberá ao eurodeputado João Ferreira apresentar a posição do PCP: contra.

"As pessoas querem, nós faremos"

Um dia depois de conhecidos os resultados do inquérito europeu, onde 84% das 4,6 milhões de respostas dizia concordar com o fim da mudança da hora, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, anunciou esta sexta-feira que a vontade dos europeus será respeitada.

"As pessoas querem, nós faremos", disse o responsável à televisão pública alemã ZDF, segundo o jornal Deutsche Welle. E adiantou ainda que a Comissão decidirá sobre o tema ainda esta sexta-feira.

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