Medina questiona vistos gold e anuncia recolha de lixo ao domingo

Vistos dourados devem ser repensados à “luz da nova realidade” da cidade, diz o autarca.

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Fernando Medina, presidente da cãmara de Lisboa Rita Rodrigues/ Arquivo

Será preciso repensar os mecanismos de apoio a estrangeiros, não-residentes e vistos gold. Quem o diz é o presidente da Câmara de Lisboa, em entrevista ao Expresso. Os mecanismos, diz Fernando Medina, devem ser repensados à “luz da nova realidade” da cidade.

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Será preciso repensar os mecanismos de apoio a estrangeiros, não-residentes e vistos gold. Quem o diz é o presidente da Câmara de Lisboa, em entrevista ao Expresso. Os mecanismos, diz Fernando Medina, devem ser repensados à “luz da nova realidade” da cidade.

Para o autarca, não serão os estrangeiros que se mudam para Lisboa os causadores de um dos problema mais prementes da cidade: a habitação. “Esses indivíduos procuram essencialmente o centro histórico da cidade e os problemas da habitação são muito mais vastos do que nessas áreas”, disse Medina ao Expresso.

A culpa também não é dos hotéis, porque, no entender do presidente da câmara, não são essas estruturas que substituem a habitação — ao contrário do alojamento local, em rápido crescimento. “Neste momento, não há planos para contenção de abertura de hotéis em áreas onde vai haver contenção de alojamento local”, ilustra.

E acerca do possível aumento da taxa turística? Medina não diz que sim nem que não: “É uma reavaliação para se fazer no Orçamento da Câmara”. Mas as receitas desse imposto, defende, deverão reverter numa melhoria da recolha do lixo e da segurança.

A limpeza é, aliás, um dos principais problemas que Medina reconhece à cidade e para o qual já tem algumas sugestões: implementar a recolha de lixo doméstico ao domingo, investir mais em contentores enterrados e criar contentores comunitários nos bairros históricos.

Quanto aos problemas de ruído causados pelo fenómeno botellón  (grupos que ingerem bebidas alcoólicas à noite nas ruas), Medina diz que a solução passará pela restrição de horários. É o que vai acontecer também no Miradouro de Santa Catarina (mais conhecido como Adamastor), actualmente em obras: “Vamos recuperar a zona, que está muito degradada, vamos abrir uma nova concessão e é nossa intenção que continuando a ser uma zona pública o acesso seja condicionado a partir de uma certa hora da noite.”