Muchova transformou-se no pesadelo de Muguruza

Jovem checa deixou muito boa impressão no triunfo nocturno sobre a espanhola, no Open dos EUA.

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LUSA/JASON SZENES

A quem passava pelos courts de Roehampton, onde decorria o qualifying de Wimbledon, uma tenista chamava as atenções: fazia serviço-vólei, algo pouco habitual no circuito feminino, muito menos para jogadoras que habitualmente cometem no circuito secundário. Pena foi que Karolina Muchova encontrasse logo a seguir a ex-top 5 Eugenie Bouchard, que a fez adiar o sonho de entrar num torneio do Grand Slam – já tentado semanas antes em Roland Garros. A tenista checa de 22 anos tentou novamente no Open dos EUA, desta vez com sucesso. Mas fez mais: passou a ronda inicial e, no segundo encontro, mesmo estranhando o cenário do renovado Louis Armstrong Stadium, com os seus 14 mil lugares e dezenas de holofotes, derrotou a cotadíssima Garbiñe Muguruza. E com uma exibição que deixa antever que esta não será a sua única vitória sobre uma campeã do Grand Slam.

“É irreal, é perfeito, não pode ser melhor. Foi uma coisa nova para mim, jogar à noite, sob as luzes; cometi muitos erros, mas depois habituei-me. Quis fazer o meu jogo, mantê-la atrás e penso que funcionou”, resumiu a tenista que ocupa a 202.ª posição no ranking (179.ª no mês passado), depois de vencer Muguruza, por 3-6, 6-4 e 6-4.

No primeiro encontro desta edição do Open dos EUA que se prolongou para além da uma da manhã, Muchova começou por acusar o facto de estar a disputar o seu terceiro encontro no circuito principal e depressa se viu a 0-5. A reviravolta começou quando Muchova quebrou o serviço da espanhola quando esta servia para fechar o set. A checa soltou-se e, na segunda partida, assumiu o comando, chegando a 4-1. A campeã de Roland Garros (2016) e Wimbledon (2017) reagiu, igualando, mas voltou a falhar quando serviu a 4-5.

Mesmo assim, Muguruza entrou melhor no set decisivo, e dispôs de quatro oportunidades para um duplo break, mas quando, ao passar da meia-noite, se esperava que a espanhola se transformasse na jogadora mais experiente que é, Muchova voltou a pressionar, aparecendo muitas vezes na rede (ganhou 21 pontos nessa zona do court), devolveu o break e não voltou a enfrentar qualquer break-point, chegando mesmo a 5-4 com um jogo em branco. E quando foi a sua vez de servir, Muguruza cedeu definitivamente.

A próxima adversária tem a mesma idade da checa, mas não um currículo tão impressionante como de Muguruza; Ashleigh Barty (17.ª), que afastou Lucie Safarova (69.ª), por 7-5, 6-3. “Não a conheço. Vou ter que a observar na internet com o meu treinador”, admitiu Muchova, autora de 41 winners (incluindo oito ases). Profissional desde 2014, a checa tinha amealhado até ao momento 88 mil euros: 134 mil euros é o prémio garantido por chegar à terceira ronda do Open.

Antes, Serena Williams venceu facilmente Carina Witthoeft, com um duplo 6-2, para marcar presença na terceira ronda, onde vai defrontar a irmã Venus pela 30.ª vez – desde 1998 que não se defrontavam tão cedo num Grand Slam.

No torneio masculino, Rafael Nadal venceu Vasek Pospisil, por 6-3, 6-4 e 6-2, e Juan Martin Del Potro ultrapassou Denis Kudla, por 6-3, 6-1 e 7-6 (7/4). O próximo adversário de Del Potro é Fernando Verdasco que eliminou Andy Murray, por 7-5, 2-6, 6-4 e 6-4. O encontro – que terminou com um emocionante jogo em que Murray dispôs de cinco break-points e anulou dois match-points –, ficou marcado por queixas do britânico sobre a conduta de Verdasco durante o intervalo de 10 minutos antes do quarto set, que, alegadamente, terá falado com o treinador

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