Mais de 40 milhões à espera do Benfica

Prémios da UEFA duplicaram em quatro anos

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Eric Gaillard/Reuters

Não é preciso ter uma memória assim tão prodigiosa para recordar que, há meros quatro anos, a Liga dos Campeões já era conhecida como a “liga milionária”. Contudo, os cheques não estavam sequer próximos de ser tão chorudos quanto os que aí vêm. Na temporada 2014-15 a UEFA distribuiu um total de 1033 milhões de euros em prémios aos clubes que participaram na competição, mas esta época o organismo que tutela o futebol europeu prevê pagar praticamente o dobro desse montante (1950 milhões) aos 32 emblemas que vão disputar a fase de grupos.

Continua a ser a Champions, tal como há quatro anos, mas as semelhanças ficam-se pelo nome, hino e formato da competição. Os prémios são incomparáveis: basta dizer que em 2014-15 a entrada na fase de grupos valia um cheque de 8,6 milhões de euros, e na temporada actual a UEFA reserva 15,2 milhões para cada uma das 32 equipas que lá vão marcar presença. Só este valor já é superior àquele que dois dos três representantes portugueses averbaram em 2014-15 (nessa época, Benfica e Sporting encaixaram 14,5 milhões, já contando prémios de desempenho e “market pool”, a variável calculada em função da dimensão do mercado televisivo de cada país, a posição no campeonato e o número de jogos realizados na Europa).

A UEFA também reviu de forma generosa o valor dos prémios por vitória e empate na fase de grupos. Esta época um triunfo vale 2,7 milhões e um empate rende 900 mil euros – quase o dobro da temporada passada, quando os valores eram 1,5 milhões por vitória e 500 mil euros por igualdade. A qualificação para os oitavos-de-final passou a valer 9,5 milhões (na época passada o prémio eram seis milhões).

Outra das novidades introduzida pela UEFA para esta temporada é um bónus adicional pelos desempenhos de cada clube nas competições europeias ao longo dos últimos dez anos. É feita uma ponderação dos pontos acumulados na tabela de coeficientes e cada um dos 32 clubes na fase de grupos terá direito a um montante: o emblema com pior posição no ranking recebe 1,1 milhões e o mais bem posicionado encaixa 35,5. O FC Porto, com entrada directa na fase de grupos por ter sido campeão nacional, e ocupando o oitavo lugar na tabela de coeficientes, tem garantidos à partida quase 43 milhões de euros (incluindo os 15,2 da entrada na fase de grupos). Já o Benfica surge na décima posição do ranking da UEFA, mas pode contar com pelo menos 40,5 milhões de euros pela presença, depois de ter superado a terceira pré-eliminatória e o play-off.

Mesmo sem incluir ainda qualquer prémio por vitória ou empate na fase de grupos, estes já são montantes sem paralelo para os clubes portugueses. No ano em que se sagrou campeão europeu, em 2003-04, o FC Porto encaixou praticamente 30 milhões de francos suíços (qualquer coisa como 26,4 milhões de euros, ao câmbio actual). Em anos recentes, o melhor registo de equipas portuguesas pertence ao Benfica: em 2015-16, o percurso dos “encarnados” na Champions prolongou-se até aos quartos-de-final, resultando num total de 36,2 milhões em prémios da UEFA.

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