Equipa da Universidade do Minho descobre espécie de fungo útil no combate a doenças em maçãs

Os investigadores acreditam que “a partir de agora será possível combater, de forma natural, a podridão do bolor-azul, uma das doenças mais comuns na fase pós-colheita, responsável por causar grandes prejuízos nos frutos”.

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adriano miranda

Uma equipa de investigadores da Universidade do Minho descobriu uma “nova espécie de fungo”, a Penicillium tunisiense, que pode “ser muito útil” para combater doenças em maçãs, permitindo “evitar o uso de pesticidas e produtos químicos”, anunciou esta quarta-feira a instituição.

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Uma equipa de investigadores da Universidade do Minho descobriu uma “nova espécie de fungo”, a Penicillium tunisiense, que pode “ser muito útil” para combater doenças em maçãs, permitindo “evitar o uso de pesticidas e produtos químicos”, anunciou esta quarta-feira a instituição.

Em comunicado enviado à Lusa, a Universidade do Minho (UMinho) explica que o novo fungo, descoberto por cientistas do Centro de Engenharia Biológica da UMinho em parceria com a Universidade de El Manar (Tunísia), “tem a característica particular de não infectar nem apodrecer as maçãs”.

Os investigadores acreditam que, “assim, a partir de agora, será possível combater, de forma natural, a podridão do bolor-azul (Penicillium expansum), uma das doenças mais comuns na fase pós-colheita, responsável por causar grandes prejuízos nos frutos”.

Ao contrário do Penicillium expansum, explica o texto, aquela “nova espécie Penicillium tunisiense, além de ter o potencial de combater doenças específicas, não produz patulina, uma micotoxina produzida pelo bolor-azul que contamina alimentos, em especial, a maçã”.

A instituição minhota adianta que “a nova espécie está agora preservada e disponível no catálogo da MUM — Micoteca da Universidade do Minho, podendo vir a ser explorada para combater a podridão do bolor-azul”.

A MUM é uma colecção de culturas de fungos filamentosos sediada no Centro de Engenharia Biológica da Universidade do Minho desde 1996 que tem como principal missão ser um centro de recursos para a preservação da diversidade fúngica e sua informação, e criar soluções para o desenvolvimento sustentável e para o bem-estar do homem.

Com mais de 750 estirpes no catálogo, a MUM, salienta a UMInho, “tem colaborado de forma decisiva para os avanços na ciência, tendo recentemente conseguido trazer para Portugal a única sede de uma infra-estrutura europeia de investigação, a MIRRI – Microbial Resource Research Infrastructure”.

O Centro de Engenharia Biológica da Universidade do Minho é um centro de investigação criado em 1995 e “altamente tecnológico”, actuando nas áreas da Biotecnologia e Bioengenharia.

A actividade de investigação do CEB concentra-se nos sectores ambiental, da saúde, industrial e alimentar.