Serviço de partilha de boleias na China suspenso depois de morte de passageira

A Didi Chuxing, a maior empresa do género no mercado chinês, vai reavaliar o modelo de negócio.

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Jason Lee/Reuters

A maior empresa de transporte privado de passageiros na China, a Didi Chuxing, vai suspender um dos seus serviços a partir desta segunda-feira, depois de a morte de uma jovem na cidade de Wenzhou perpetrada pelo motorista.

A empresa declarou que lamentava que o serviço de carpool chamado Hitch – um sistema de boleias gratuito – ?fosse suspenso, mas que o faz devido a "erros decepcionantes" e que vai reavaliar o modelo de negócio.

Hitch é um serviço da empresa que permite ao passageiro viajar gratuitamente com um dos motoristas. Os passageiros são encorajados a deixarem uma gorjeta para cobrir os gastos de combustível, mas a ideia do serviço é aliciar clientes para o serviço comercial de viagens pagas. Este serviço, ao contrário dos serviços comerciais, não é monitorizado pela empresa.

Os outros serviços não serão afectados e continuarão a funcionar normalmente, informou a empresa, que no ano passado comprou as operações da Uber na China.

O alegado assassinato de uma mulher de 20 anos, que a polícia de Wenzhou identificou apenas com o sobrenome Zhao, é o mais recente de uma série de crimes violentos que alimentam as preocupações de segurança deste serviço.

Na sexta-feira passada, Zhao entrou num veículo às 13h (5h em Portugal continental), e enviou uma mensagem a um amigo uma hora depois, a pedir ajuda, de seguida ficou incontactável, refere um comunicado da polícia local.

Um motorista de 27 anos chamado Zhong foi detido por volta das 4h da manhã de sábado e confessou ter violado e matado a passageira, continua a polícia, acrescentando que o corpo da vítima foi recuperado e que a investigação continua. Neste domingo, as autoridades fizeram saber que o suspeito não tinha registo criminal, que forneceu documentação autêntica, antes de começar a trabalhar.

No entanto, no sábado, a empresa informou que já havia uma reclamação feita contra aquele indivíduo, de quinta-feira, por uma passageira que alegou que o motorista a levou para um local isolado e depois a seguiu quando saiu do carro.

"O incidente mostra as muitas deficiências nos nossos processos de atendimento ao cliente, especialmente a falha em agir rapidamente no momento da queixa e o complicado e rígido processo de partilha de informações com a polícia", justifica a empresa em comunicado, este domingo.

O serviço de boleias suspenso já ultrapassou os mil milhões de viagens nos últimos três anos, disse a empresa.

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