Já dei para o Corbyn

Um político knee-jerk que reage sempre previsivelmente, usando os mesmos chavões.

Perdi toda a paciência com Jeremy Corbyn. Não é por ser anti-semita embora diga muito que agrada aos anti-semitas. É por ter o cérebro trancado no esquerdismo britânico dos anos 70.

Não lhe encontro uma única posição – não é apropriado falar em ideias – que seja diferente das posições da ala esquerdista do Labour Party ao longo dos anos 70. Eu estive na Universidade de Manchester de 1975 a 1982 e conheço essas posições de ginjeira.

Não são posições complicadas. São simples e reactivas. Começam por ser preguiçosamente anti-americanas. A partir daí é fácil determinar quem é que apoiam: é quem os EUA não apoiam. E são contra quem os EUA apoiam. É por isso que são anti-sionistas. O problema é que vêem tudo a preto e branco: Israel má, Palestina boa. Não é preciso pensar. Não interessam os factos, a história ou o debate de opiniões inteligentes.

Corbyn é uma pessoa que não varia. É com certeza uma boa pessoa, leal às mesmas posições que o animaram desde a adolescência. Mas é um político knee-jerk que reage sempre previsivelmente, usando os mesmos chavões, preso nos mesmos preconceitos e na recusa de repensar seja o que for.

Por isso é que falhou como político: é inflexível. Triunfou recentemente por isso mesmo. Não abdica dos princípios. Defende os mais fracos. Não recebe ordens de Washington e blá blá blá.

Não tem profundidade. Vê tudo como uma guerra entre o grande capital e os pobres trabalhadores. Não é marxista porque não tem cabeça para livros. É um bocejo armado em grito.

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