Partido de Santana "não é uma ameaça" para Cristas

Líder do CDS-PP defende que todos os partidos à direita são um problema para António Costa e para as esquerdas encostadas.

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Selfie de centristas em Cascais LUSA/MIGUEL A.LOPES
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Assunção Cristas participou numa acção de limpeza de praias LUSA/MIGUEL A.LOPES
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Líder do CDS em acção LUSA/MIGUEL A.LOPES
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Na praia, a trabalhar pelo ambiente LUSA/MIGUEL A.LOPES

A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, considerou esta quinta-feira que o futuro partido de Pedro Santana Lopes "não é uma ameaça" ao CDS-PP, afirmando que o seu surgimento "pode ser positivo".

"A estratégia do CDS-PP não muda, é sempre a mesma. Queremos ser uma alternativa às esquerdas encostadas, para isso precisamos de 116 deputados. Com certeza não chegamos lá sozinhos, todos aqueles que neste espaço puderem somar deputados, seja do PSD seja de outros partidos novos, acho que isso pode ser positivo", afirmou Assunção Cristas.

Em declarações aos jornalistas, à margem de uma acção de boas práticas ambientais, na praia da Conceição, em Cascais, a líder centrista disse que não "vê como ameaça" a criação da Aliança, o futuro partido que o ex-primeiro-ministro Pedro Santana Lopes pretende fundar.

"Não vejo como uma ameaça. Todos os partidos de centro-direita são uma ameaça para António Costa e para as esquerdas encostadas. É assim que vejo as coisas e é para isso que estou a trabalhar. A minha preocupação é criar um espaço para que o CDS-PP tenha cada vez mais uma voz activa e firme para fazer o seu trabalho diário", declarou.

Ao semanário Expresso, o antigo militante do PSD, Santana Lopes, que concorreu este ano à liderança dos sociais-democratas, em eleições que perdeu com 46% dos votos para Rui Rio, disse que a Aliança quer "garantir representação política" para poder "participar no processo de decisão, seja no Governo seja na oposição".

O futuro partido assume-se como defensor do "liberalismo, que promove a liberdade económica e a iniciativa privada como motores principais de crescimento"

Poluição das praias

Durante a manhã, Cristas alertou para o "problema gravíssimo" da poluição das praias e a importância das boas práticas ambientais. "É algo que me preocupa muito e deve preocupar-nos a todos. (...) É um problema gravíssimo que passa pelo nosso comportamento diário. Apanhámos aqui pauzinhos de cotonetes que normalmente não temos ideia que vêm parar às praias, ao mar, provavelmente ninguém os vem atirar na praia, mas a verdade é que quando se põem numa sanita e se descarrega o autoclismo eles depois não passam nas limpezas das ETAR [Estação de Tratamento de Águas Residuais] e acabam por vir parar ao mar", afirmou Assunção Cristas.

A líder centrista alertou também para o "drama" da contaminação dos alimentos consumidos pela população.

"O drama é que, depois, [o plástico] vai parar ao mar, os peixes acabam por consumir também estes microplásticos e ou morrem ou, se sobrevivem, acabam por entrar na nossa cadeia alimentar e nós próprios, sem saber, acabamos por estar a comer plástico também", disse.

A acção de boas práticas ambientais decorreu na praia da Conceição, em Cascais, uma das praias do concelho que dispõe de um grupo de voluntários que diariamente faz a limpeza do areal.

"Quando chegámos disseram-nos que [os voluntários] já tinham passado e haveria pouco para recolher, mas basta olhar para o que recolhemos para perceber que, de facto, isto é um trabalho muito minucioso porque mesmo quando parece que a praia está limpa, e está limpa, ainda há mais alguma coisa para apanhar", afirmou a líder centrista, deixando o apelo para que todos se empenhem na manutenção das praias limpas.

"A verdade é que a poluição que aparece nas nossas praias ou é depositada aqui pelas pessoas ou é nas suas casas e noutros locais e acaba por ser trazida pelas marés para as praias. Passa muito pelo nosso comportamento, pela sensibilização do que são os nossos comportamentos na praia e fora da praia", disse.

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