O senão da água
A quantidade de plástico que se usa por causa da água é uma abominação.
Dantes havia águas minerais portuguesas que sabiam mal embora jurassem fazer bem. Dantes os anúncios das águas minerais prometiam curas para uma longa lista de doenças horrendas. O efeito curativo era multiplicado por 10 caso se visitassem as termas dessas águas.
Sim porque não havia água que se prezasse que não tivesse umas termas e um hotel de luxo. Lembro-me da minha desilusão intensa quando soube que não havia nem hotel nem termas de Água do Castelo. Por outro lado nunca desvanecerá o fascínio de saír Água do Luso das torneiras do Hotel do Luso.
Hoje é tudo diferente. As águas são todas muito boas de beber, muito levemente mineralizadas e, grosso modo, parecidíssimas. As virtudes que se auto-atribuem são sensatas, resumindo-se às consequências benéficas de beber água, qualquer água.
A água da torneira também tem melhorado imenso. Eu lembro-me quando os cortes de água eram frequentes, de águas barrentas que se tinha de deixar correr, de águas que era melhor ferver (pelo sim, pelo não) e de águas que sabiam muito a cloro.
Temos assim um exemplo clássico de uma coisa que melhorou imensamente: a água. Agora só falta proibir as garrafas de plástico e cada um andar com um cantil reutilizável. Para quem estivesse disposto a pagar haveria garrafas de vidro com depósito.
A quantidade de plástico que se usa por causa da água é uma abominação. As pessoas que se lembram do tempo em que não havia garrafas de plástico têm a obrigação de jurar que nunca faltou água por causa disso. É o mínimo.