Facebook dá notas à credibilidade dos utilizadores

O objectivo é identificar pessoas que estão constantemente a alertar para publicações que não são problemáticas.

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Se os utilizadores denunciarem uma publicação que é verdadeira, a pontuação baixa Reuters/Benoit Tessier

Nos últimos meses, o Facebook tem estado a avaliar os utilizadores quanto à credibilidade que têm para denunciar notícias falsas. O objectivo é ajudar a empresa a identificar desinformação mais rapidamente, ao criar uma rede de utilizadores de confiança.

O sistema foi divulgado numa entrevista do Washington Post a Tessa Lyons, gestora de produto da rede social. Lyons explica que “não é raro as pessoas denunciarem uma publicação como falsa, apenas porque discordam com a premissa da história ou estão contra um autor em particular”. O novo sistema, que começou a ser desenvolvido no inicio de 2018, não serve como um indicador absoluto da credibilidade de alguém, mas sim para alertar o Facebook para utilizadores que estão constantemente a denunciar publicações que não são problemáticas.

Tal como outras tecnológicas, o Facebook depende dos seus utilizadores para identificar conteúdo problemático. Foi em 2015, que a rede social deu aos utilizadores a capacidade de denunciar notícias falsas ao clicar no canto superior direito da publicação. O sistema também é utilizado para denunciar publicações que contêm conteúdo não permitido, como discurso de ódio, pornografia e vendas ilegais. 

Para Lyons, ao dar aos utilizadores uma pontuação de credibilidade, as equipas contratadas para fazerem a verificação das denúncias do Facebook evitam perder muito tempo com falsos alarmes e respondem mais rapidamente a problemas relevantes. “Se alguém nos avisou, previamente, de que um artigo era falso e esse artigo foi mesmo considerado falso por alguém da nossa equipa de verificação de factos, podemos dar mais peso a denúncias desse utilizador no futuro”, diz Lyons.

A estratégia chega numa altura em que a rede social é acusada de permitir a proliferação de notícias falsas, muitas com origem russa, que contribuem, favoravelmente, para determinados resultados eleitorais. Por exemplo, a decisão do Reino Unido sair da União Europeia e a eleição de Donald Trump à presidência dos EUA. Em Setembro de 2017, a empresa admitiu a existência de uma operação em que foram gastos cerca de 100 mil dólares (84 mil euros) para milhares de anúncios que divulgavam informação falsa – disfarçada de notícias – sobre temas como a imigração e os direitos humanos durante a campanha presidencial de 2016 nos EUA.

O Facebook já tentou várias estratégias para resolver o problema: na Europa, por exemplo, a rede social lançou um inquérito onde perguntava aos utilizadores quais são as fontes de notícias nas quais confiam para dar prioridade aos meios de comunicação que os utilizadores mais confiam.

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