Bruxelas pronta a apoiar Navigator a contestar taxa nos EUA

Departamento de Comércio dos EUA notificou a Navigator que a iria cobrar, retroactivamente, uma taxa anti-dumping sobre as vendas de papel de 37,34% para o período entre Agosto de 2015 e Fevereiro de 2017

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Grupo papeleiro Navigator é liderado por Diogo da Silveira DB Diogo Baptista

A Comissão Europeia está pronta a providenciar assistência processual à Navigator numa contestação judicial à taxa sobre vendas de papel que foi aplicada à empresa portuguesa pelos Estados Unidos, disse hoje fonte comunitária à Lusa.

A mesma fonte apontou que “a Comissão interveio como habitualmente para defender os interesses da indústria da União Europeia na altura em que as medidas iniciais foram postas em prática” e sublinhou que, agora que as taxas estão a ser revistas, o executivo comunitário “continua pronto a providenciar qualquer assistência processual”, caso as medidas sejam contestadas, algo que a Navigator já anunciou que faria.

Num comunicado enviado na semana passada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Navigator indicou que iria contestar judicialmente a taxa aplicada pelos EUA sobre as suas vendas naquele país, que tem um impacto “um impacto estimado (à taxa de câmbio actual) de aproximadamente 66 milhões de euros no EBITDA [resultados antes de juros, impostos, depreciação e amortização] e de 45 milhões de euros nos lucros líquidos” nas contas consolidadas pela empresa em 2018”, segundo comunicou a Navigator a 10 de Agosto.

A empresa refere no comunicado que, “depois de ter sido informada pelas autoridades norte-americanas, em Abril deste ano, que a taxa ‘anti-dumping’ provisória a aplicar retroactivamente nas vendas de papel para os Estados Unidos, para o período compreendido entre Agosto de 2015 e Fevereiro de 2017, seria de 0%, foi notificada pelo United States Department of Commerce (Departamento de Comércio dos Estados Unidos da América) que a taxa final sobre vendas realizadas durante esse período seria de 37,34%”.

No entanto, a Navigator “continua a defender que não existem fundamentos para a aplicação de medidas desta natureza às vendas dos seus produtos nos Estados Unidos e vai recorrer dessa decisão”, vinca no mesmo comunicado a empresa portuguesa, que está presente naquele país há 18 anos.

A empresa dedicada à área do papel liderou hoje os ganhos no principal índice da bolsa de Lisboa (PSI20), depois da descida significativa registada nos últimos dias, tendo avançado 4,19% para 4,47 euros.

Na quarta-feira, os títulos da Navigator desceram 4,45%, na terça-feira recuaram 2,30% e no dia anterior registaram uma desvalorização de 7,74%.

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