Procuradora-geral do Illinois acusa hotel de Trump de violar leis ambientais

A procuradora-geral avançou com um processo judicial contra a administração do edifício de Chicago pelo uso alegadamente ilegal de milhares de litros de água do rio Chicago.

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O hotel fica junto do rio Chicago, tem 98 andares e ficou completo em 2009 LUSA/TANNEN MAURY

A procuradora-geral de Illinois está a processar um hotel do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Chicago, pela alegada violação de leis ambientais. A democrata Lisa Madigan, procuradora-geral de Illinois desde 2003, acusa a administração da Trump International Hotel & Tower Chicago de estar a usar milhões de litros de água do rio de Chicago sem autorização.

O processo colocado na terça-feira acusa a Trump Tower de usar aproximadamente 75.000 litros de água do rio por dia destinados a sistemas de arrefecimento do edifício. Diz ainda o documento apresentado em tribunal esta terça-feira que o sistema de recolha de água usado pelo hotel pode estar a encurralar animais e a afectar a população de peixes.

“Devido à elevada quantidade de água retirada do rio diariamente, a lei federal estipula que sejam feitos estudos intensivos sobre a população de peixes do rio Chicago e o impacto que o edifício tem no ecossistema”, lê-se no processo judicial. No entanto, os resultados do estudo requerido pelas autoridades em 2013 nunca foram entregues.

Além disso, além da água retirada do rio, o hotel está ainda a, alegadamente, devolver água quente ao rio. A licença para o fazer expirou há precisamente um ano.

A porta-voz da administração da Trump Organization defende-se das acusações dizendo que o processo é estritamente “político”. Num e-mail enviado à agência Reuters, Janet Isabelli diz que a administração do edifício está “desapontada” com o processo, uma vez que “estes temas são normalmente resolvidos a nível administrativo”. “Podemos concluir apenas que esta decisão tem motivações políticas”.

A procuradora-geral afirma que avançou com o processo “para garantir que a Trump Tower não continua a violar a lei”.

Já em 2012, a procuradora-geral tinha avançado com uma queixa contra o hotel também devido à libertação de água quente para o rio. À data, a administração do edifício acabou por receber uma multa e foi obrigada a respeitar as leis ambientais. No ano seguinte, soube-se que a administração estava a reportar valores falsos em relação à quantidade de água retirada e depositada no rio.

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