Facebook aperta controlo sobre páginas com grande audiência nos EUA

Administradores terão de pedir autorização para fazerem publicações e utilizadores poderão ver o país a partir do qual a página é gerida.

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O Facebook tem tentado tomar medidas para evitar ser usado como ferramenta de interferência eleitoral Reuters/DADO RUVIC

Com as eleições intercalares nos EUA a aproximaram-se, o Facebook deu mais um passo para tentar evitar que a plataforma volte a ser usada como ferramenta de interferência eleitoral, ao apertar o controlo sobre as páginas que têm muitos seguidores naquele país.

A rede social anunciou nesta sexta-feira que vai obrigar os administradores das páginas populares nos EUA a pedir uma autorização para poderem fazer publicações. A medida aplica-se a todas as páginas com uma grande audiência americana, independentemente do país onde foram criadas e a partir do qual são geridas.

As páginas no Facebook são uma das peças das estratégias de propaganda e desinformação levadas a cabo por entidades russas, nomeadamente durante as eleições presidenciais de 2016. Recentemente, a rede social removeu várias páginas e contas que agiam de forma concertada para manipular a opinião de utilizadores nos EUA. Frequentemente, estas páginas abordam temas fracturantes como os direitos dos homossexuais ou a posse de armas, e tentam polarizar opiniões.

O processo de autorização que entra agora em vigor obriga os administradores a terem uma autenticação de dois factores, o que implica dois passos para iniciar uma sessão: depois de introduzir a palavra-passe da sua conta no site ou aplicação, o administrador da página terá de confirmar a intenção de iniciar a sessão através de um email ou do telemóvel, por exemplo. Segundo o Facebook, este procedimento (que está disponível para qualquer utilizador) tornará mais difícil que uma página seja gerida por uma conta falsa ou por uma conta a que alguém tenha acedido indevidamente.

As páginas vão também passar a mostrar o principal país a partir do qual são geridas, bem como um historial de fusões com outras páginas.

O Facebook não especificou quantos seguidores uma página tem de alcançar para que estas medidas sejam aplicadas. “O nosso objectivo é impedir que organizações e indivíduos enganem as pessoas sobre quem são e sobre aquilo que estão a fazer”, afirmou a empresa.

Ao longo das próximas semanas, o Facebook planeia lançar mecanismos semelhantes para as contas mais populares no Instagram.

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