Casal assassinado pelo Daesh estava a viajar pelo mundo de bicicleta

Nas redes sociais, o casal ia relatando a bondade e generosidade que encontravam pelo mundo. O Tajiquistão acabou por ser a última paragem do casal, que morreu às mãos do Daesh.

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O casal quando passou pela Croácia DR

O casal norte-americano Jay Austin e Lauren Geoghegan, ambos de 29 anos, tinha desistido da vida citadina para se aventurar pelo mundo, de bicicleta. Viajavam há um ano e pedalaram da África do Sul à Tanzânia, foram de Marrocos até Espanha e Itália, andaram pela Eslovénia e pela Turquia, passaram pelo Cazaquistão e depois pelo Tajiquistão que, sem saberem, seria a última paragem. Os dois morreram depois de terem sido atropelados e esfaqueados por militantes do Daesh numa conhecida estrada tajique, a 29 de Julho; dois outros ciclistas (um suíço e um holandês) também morreram no ataque.

Antes de decidirem viajar pelo mundo com a ajuda das suas bicicletas, ambos tinham empregos de secretária em Washington D.C., EUA: ela na Universidade de Georgetown, ele num departamento de habitação e urbanismo. Estavam constantemente a falar em viajar pelo mundo, de uma forma “barata, sustentável e gratificante”, refere a NPR — as bicicletas eram a solução ideal. “Talvez pareça estranho aos outros, mas para mim, é exactamente o tipo de pessoa que eles eram”, contou ao Global News Tiffany del Rio, uma amiga do casal.

“Gostamos de viajar  —  e gostamos um do outro  — , queremos fazer muitas coisas juntos. Uma volta de bicicleta pelo mundo parece uma grande aventura”, escreveu o casal quando começou a jornada, citados pel. O objectivo era viajar até que o dinheiro das suas poupanças acabasse.

Cinco homens atropelaram os ciclistas, saíram do carro e esfaquearam-nos. Ao início, não se sabia se o ataque era um assalto ou um atentado terrorista. Numa operação policial que se seguiu ao atropelamento, quatro suspeitos foram mortalmente alvejados pelas autoridades. Mais tarde, o ataque foi reivindicado pelo Daesh.

Nas redes sociais, o casal ia partilhando fotografias, vídeos e histórias dos locais e das pessoas com as quais se cruzavam pelas ruas em que pedalavam. Quase todas as histórias envolviam sorrisos, momentos de generosidade por parte dos locais: como quando um condutor parou para lhes oferecer um gelado no Cazaquistão ou quando duas meninas lhes ofereceram flores no Quirguistão. Em Abril, Jay Austin escrevia no seu blogue: “a maldade existe, é certo, mas até isso é raro. Na maior parte dos casos, os humanos são bondosos.” “Essa foi a maior revelação da nossa jornada.”

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