Porto Rico reconhece que o furacão Maria vitimou mais de 1400 pessoas

Furacão atingiu a ilha em Setembro de 2017. Este novo número é vinte vezes superior ao divulgado previamente pelo governo local.

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Imagem da destruição provocada pelo furacão Reuters/Alvin Baez

O governo de Porto Rico assumiu, esta quinta-feira, que o furacão Maria matou 1427 pessoas, ao contrário do número previamente avançado de 64 vítimas, que seria a contabilização oficial até ao momento. O reconhecimento deste novo número chegou através de um relatório publicado online pelo governo local, segundo o New York Times. Ainda no mesmo relatório, que foi enviado para o congresso americano, é estimado que serão necessários 139 mil milhões de dólares para a reconstrução da ilha depois dos danos causados pela passagem do furacão em 2017. 

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O governo de Porto Rico assumiu, esta quinta-feira, que o furacão Maria matou 1427 pessoas, ao contrário do número previamente avançado de 64 vítimas, que seria a contabilização oficial até ao momento. O reconhecimento deste novo número chegou através de um relatório publicado online pelo governo local, segundo o New York Times. Ainda no mesmo relatório, que foi enviado para o congresso americano, é estimado que serão necessários 139 mil milhões de dólares para a reconstrução da ilha depois dos danos causados pela passagem do furacão em 2017. 

O executivo local declarou que este novo dado representa uma “estimativa realista”, contudo afirma que a contabilidade oficial do número de mortos ainda não foi alterada, uma vez que autoridades aguardam pelos resultados do estudo da universidade americana George Washington para puderem chegar a um número mais preciso. O estudo deverá estar concluído no final deste mês.

“Nós não queremos avançar um número oficial… até vermos o estudo e termos um valor preciso”, afirmou Pedro Cerame, membro da Administração Federal da ilha, citado pela BBC.

O governo porto-riquenho tem vindo a ser altamente criticado por subestimar o número de pessoas que morreram na ilha. Este aumento do número oficial de mortos pode-se explicar pela falta de energia eléctrica durante vários meses, o que prejudicou o funcionamento das máquinas de apoio vital nos hospitais. A falta de acessos aos hospitais fez com que as mortes causadas por diabetes e septicemia disparassem, segundo avança a BBC.

A polémica estalou, quando se tornou público que 42 dias depois do furacão Maria ter tocado terra na ilha caribenha tinham morrido mais 1052 pessoas do que o habitual, comparativamente ao período homólogo nos anos de 2015 e 2016, segundo uma análise levada a cabo pelo New York Times.

O furacão Maria, que chegou a atingir a categoria máxima de 5, atingiu o solo duas vezes na região das Caraíbas, primeiro na ilha de Dominica, e depois na ilha de Porto Rico, um território controlado pelos Estados Unidos, e ainda terá afectado as ilhas de Guadalupe e Martinica. Contudo, quando tocou terra em Porto Rico já se encontrava na categoria quatro, porém ainda foi considerado pelas autoridades como "extremamente perigoso". O resultado da passagem do furacão pelas Caraíbas foi devastador, causando inúmeros danos materiais e mortos.