Crianças libertadas no Novo México eram treinadas para atacar escolas

Investigação às crianças subnutridas libertadas na semana passada diz que elas estariam a ser treinadas com armas semi-automáticas para futuros ataques. A polícia descobriu ainda os restos mortais de uma criança, cuja identidade não foi revelada pelos médicos forenses.

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Pormenor do acampamento improvisado onde forma encontradas as 11 crianças Reuters
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Local na comunidade de Amalia, uma área isolada no estado norte-americano do Novo México, perto da fronteira com o Colorado, onde foram encontradas as crianças Reuters/PAMELA PETERS

As crianças subnutridas encontradas pela polícia na sexta-feira num acampamento improvisado na pequena comunidade de Amalia, uma área isolada no estado norte-americano do Novo México, perto da fronteira com o Colorado, estariam a ser treinadas para usar armas de fogo com vista a futuros ataques a escolas.

Cinco adultos foram detidos na sequência do raid das autoridades e a documentação agora apresentada pelos procuradores do Novo México revela que as crianças estariam a ser treinadas por um dos homens, Siraj Ibn Wahhaj, de 39 anos, que já era procurado no estado da Georgia por suspeita de ter raptado o filho de quatro anos – que não estava entre as crianças encontradas. As autoridades descobriram restos mortais de uma criança do sexo masculino cuja identidade não foi ainda revelada pelos médicos forenses — o xerife do condado de Taos, no Novo México, Jerry Hogrefe, citado pela NBC, diz que pode ser o corpo do pequeno Abdul-ghani.

Os procuradores do Novo México mantêm em prisão preventiva Siraj Ibn Wahhaj e, refere a CNN, um dos familiares próximos que tinha uma das crianças sob tutela declarou em tribunal que “o acusado treinou estas crianças para fazerem uso de armas semi-automáticas em eventuais tiroteios contra escolas”. A investigação policial não revelou mais pormenores sobre o tipo de treino a que as crianças estariam sujeitas mas no complexo foram encontradas armas com munições e um campo de tiro.

As crianças têm entre um e 15 anos e foram encontradas sem sapatos, vestidas com trapos e pareciam “refugiados esfaimados”, disse a polícia à televisão ABC.

Sob investigação há meses

O complexo estaria há meses sob investigação mas a polícia não tinha encontrado motivos para emitir um mandado de busca. Uma denúncia motivou uma nova investida das autoridades e a polícia acredita que o alerta tenha sido dado por alguém dentro da habitação improvisada, que consiste numa pequena caravana coberta com um toldo de plástico, sem água canalizada e sem electricidade. Não foi encontrada água potável e a pouca comida que havia eram batatas e um pacote de arroz.

Os cinco adultos detidos — três mulheres que se acredita serem mães ou familiares próximos das crianças e ainda Lucas Morten, suspeito de ter dado abrigo a um fugitivo — foram acusados na quarta-feira de 11 crimes de abuso infantil e negligência, refere a CNN.

 As 11 crianças foram encaminhadas para os serviços de acção social do estado. “As crianças estão connosco e a nossa prioridade número um é a saúde e segurança”, admitiu em comunicado a responsável do CYFD, serviço de apoio a crianças do Novo México, Monique Jacobson.

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