Taxa de desemprego atinge mínimo dos últimos 14 anos

Tendência de queda acentuada do desemprego manteve-se no segundo trimestre, superando as expectativas. O Verão voltou a ajudar.

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Patricia Martins/arquivo

A combinação da tendência de melhoria do mercado de trabalho que se regista desde 2013 com o habitual efeito sazonal positivo trazido pelo início do Verão contribuíram para mais uma queda acentuada da taxa de desemprego no segundo trimestre deste ano, colocando este indicador no valor mais baixo dos últimos 14 anos e tornando muito provável que a meta do Governo para a totalidade do ano venha a ser ultrapassada.

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A combinação da tendência de melhoria do mercado de trabalho que se regista desde 2013 com o habitual efeito sazonal positivo trazido pelo início do Verão contribuíram para mais uma queda acentuada da taxa de desemprego no segundo trimestre deste ano, colocando este indicador no valor mais baixo dos últimos 14 anos e tornando muito provável que a meta do Governo para a totalidade do ano venha a ser ultrapassada.

Aumentar

De acordo com os dados publicados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de desemprego do segundo trimestre deste ano foi de 6,7%, uma queda de 1,2 pontos face ao valor do primeiro trimestre deste ano. Este é o valor mais baixo que é possível encontrar nas séries históricas do INE desde o segundo trimestre de 2004.

A diminuição de 1,2 pontos percentuais agora registada face ao trimestre anterior revela uma continuação da tendência registada nos últimos anos. Como este indicador não é corrigido dos efeitos da sazonalidade, os segundos trimestres do ano revelam habitualmente evoluções muito positivas deste indicador, devido aos empregos temporários que são criados pelo Verão. Nos segundos trimestres de 2014, 2015, 2016 e 2017, as descidas da taxa de desemprego foram, respectivamente, de 1,2, 1,8, 1,6 e 1,3 pontos percentuais, variações em linha (e até ligeiramente acima) da agora registada.

Se a comparação for feita com o mesmo período do ano anterior (retirando desse modo o efeito da sazonalidade), a descida da taxa de desemprego foi de 2,1 pontos percentuais, o que significa que se manteve o ritmo elevado de melhoria do mercado de trabalho que se regista desde 2014 e que se acentuou ligeiramente a partir de 2017, em sintonia com a aceleração registada na actividade económica.

Esta persistência de descidas fortes da taxa de desemprego vai fazer com que este indicador supere a generalidade das projecções que tinham sido feitas para a sua evolução este ano. Para 2018, o Governo prevê actualmente uma taxa de desemprego anual (calculada através da média das taxas trimestrais) de 7,6%, uma estimativa feita em Abril e que na altura já representou uma revisão em baixa face aos 8,6% projectados em Outubro na apresentação da proposta de Orçamento do Estado para 2018. Depois de, nos primeiros três meses do ano, a taxa de desemprego trimestral ter sido de 7,9%, os 6,7% do segundo trimestre tornam muito provável que a média anual venha ficar abaixo das projecções do Executivo.

Os dados do INE mostram ainda que a descida da taxa de desemprego está a ser feita, não por via de uma redução da população activa, mas pelo efectivo aumento do número de empregos. Durante o segundo trimestre deste ano, foram criados 67 mil novos empregos, registando-se uma diminuição de 58 mil desempregados. Face ao ano passado, a criação de empregos foi de 114 mil e a diminuição no número de desempregados de 110 mil.

O INE apresenta ainda, além da taxa de desemprego oficial, um cálculo da chamada taxa de subutilização do trabalho que inclui, para além das pessoas classificadas oficialmente como desempregadas também pessoas que têm, contra a própria vontade, apenas trabalhos a tempo parcial e os desencorajados, que apesar de desejarem um emprego, não o procuraram no período em análise. Esta taxa de subutilização do trabalho foi, no segundo trimestre deste ano, de 13,3%, uma descida face aos 15,2% do trimestre anterior e aos 16,6% do mesmo período do ano passado.