Morreu João Soares da Silva

Sócio fundador e presidente do conselho de administração da Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados, o advogado foi fundador do PPD/PSD.

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Morreu este domingo o advogado João Soares da Silva, sócio fundador e presidente do conselho de administração da Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados. Realiza-se esta quarta-feira pelas 10h30, na Basílica da Estrela, uma missa de corpo presente. O velório decorre durante esta terça-feira, na Capela dos Claustros da Basílica da Estrela.

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Morreu este domingo o advogado João Soares da Silva, sócio fundador e presidente do conselho de administração da Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados. Realiza-se esta quarta-feira pelas 10h30, na Basílica da Estrela, uma missa de corpo presente. O velório decorre durante esta terça-feira, na Capela dos Claustros da Basílica da Estrela.

Com 65 anos, licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e com uma pós-graduação em Finanças, Soares da Silva ficou conhecido como “o advogado do BCP” e o rosto da defesa do grupo durante a guerra de poder que se travou na instituição. Mas era mais do que isso.

Depois de uma passagem pela política como fundador do PPD/PSD, Soares da Silva dedicou-se inteiramente à advocacia, começando como estagiário do advogado Miguel Galvão Teles, de quem fora aluno, sendo mais tarde sócio no escritório Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados. E foi aí que se manteve até à sua morte este domingo. 

Numa entrevista ao PÚBLICO, a 30 de Novembro de 2015, Soares da Silva abordava a sua passagem pela política, entre o Verão de 1975 a 1978, a época da Aliança Democrática (AD), para se declarar dos “poucos militantes do PSD com 40 anos de filiação”. Revelava depois que “no período inicial” esteve “em exclusivo na actividade política, chegando a exercer cargos dirigentes no PPD”, mas assim que “a situação estabilizou” entendeu que tinha exercido o seu “serviço cívico” e regressou à advocacia, que tinha interrompido.

No quadro da sua intervenção cívica, Soares da Silva lamentou que “a reforma do sistema político” continuasse por fazer, o que justificava com os “decisores que temem mexer com os seus interesses” ou pelo menos com “receio de que mexam”: “As clientelas dos partidos estão habituadas, para não dizer especializadas, em mover-se dentro do quadro existente. E resistem à mudança e com muita força.”

Na mesma altura, Soares da Silva, que marcou gerações de advogados, considerou “o lobbying lícito e legítimo” e que este “devia ser legalizado”, apesar de não ser “nada indicado para os advogados”. E defendeu mesmo que a “advocacia deve ser exercida em regime de exclusividade”. Na sua nota de pesar pela morte do seu presidente, o gabinete Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados saliente a sua “visão sobre a advocacia, defendendo a dedicação absoluta na defesa do interesse alheio”.