Quais são os mitos alimentares? Investigadores do Porto lançaram estudo para os conhecer

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Erol Ahmed/Unsplash

Há ideias preconcebidas como “as cozinheiras terem sempre as mãos lavadas por estarem sempre a mexer em água” ou “um alimento cair ao chão e ser ingerido em menos de cinco segundos” que são “completamente erradas”. Quem o diz é a professora Paula Teixeira, uma das investigadoras da Escola Superior de Biotecnologia (ESB), justificando assim o estudo que vai ser feito no sentido de conhecer os mitos alimentares dos portugueses e avaliar se esses “são assentes em pressupostos científicos”.

O estudo, que envolve cerca de dez investigadores e professores da ESB, da Universidade Católica Portuguesa, decorre até ao final do mês e visa recolher informações sobre os hábitos alimentares dos portugueses através de um inquérito online.

Se para Paula Teixeira, “algumas ideias não deixam margem para dúvidas de que são mitos”, outras precisam de ser “validadas cientificamente porque não há certeza”. Por exemplo: “Há também muitas pessoas que dizem que se os ovos são maus vão flutuar. É verdade que se o ovo for muito velho vai flutuar, mas um ovo pode estar contaminado com salmonela, que é o que causa problemas de segurança alimentar, e não flutuar. O ovo vai ao fundo.”

“Uma das tarefas, pela qual sou responsável, é replicar em laboratório os comportamentos e práticas que observamos nos consumidores e tirarmos as devidas conclusões”, continua.

O estudo insere-se no projecto europeu SafeconsumE, uma iniciativa que envolve 11 países e que pretende, num prazo de cinco anos, “alterar comportamentos e dotar o consumidor de ferramentas que permitam implementar melhores práticas de segurança alimentar”, informa. O objectivo é construir uma plataforma online, no prazo de dois a três anos, para chegar “mais facilmente ao consumidor e o informe sobre as práticas de segurança alimentar”.

Paula Teixeira aponta que em países como a Noruega, a Alemanha, a França, a Roménia e a Hungria – que também estão envolvidos no estudo – há “alguns mitos que são comuns”. “É muito curioso porque, apesar de serem países com realidades diferentes, muitas das práticas e dos conhecimentos são transversais”, conclui.

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