Polícia resgata 11 crianças sem comida e sem água num descampado do Novo México

Dois homens foram detidos no local e as crianças foram entregues aos serviços de acção social do estado norte-americano.

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Vista aérea do local onde as crianças foram encontradas, num descampado LUSA/TAOS COUNTY SHERIFF'S OFFICE HANDOUT

Sem água, sem comida, sem roupa e sem condições. Foi assim que a polícia encontrou na sexta-feira 11 crianças subnutridas que estavam a viver num acampamento improvisado na pequena comunidade de Amalia, uma área isolada no estado norte-americano do Novo México, perto da fronteira com o Colorado. As crianças – que têm entre um e 15 anos – não tinham sapatos, estavam vestidas com trapos e pareciam “refugiados esfaimados”, disse a polícia à televisão ABC. Foram encontrados cinco adultos no local, incluindo dois homens armados que foram detidos na hora e acusados de abuso infantil.

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O interior do acampamento improvisado em que foram encontradas as crianças TAOS COUNTY SHERIFF'S OFFICE HANDOUT/LUSA

A decisão de investigar o local surgiu depois de as autoridades terem recebido uma mensagem a denunciar a situação: “Estamos esfomeados e precisamos de comida e água”, lia-se na mensagem recebida por uma terceira pessoa que a reencaminhou para as autoridades. A polícia acredita que o alerta tenha sido dado por alguém dentro da habitação improvisada, que consiste numa pequena caravana coberta com um toldo de plástico, sem água canalizada e sem electricidade. Não foi encontrada água potável e a pouca comida que havia eram batatas e um pacote de arroz.

O xerife do condado de Taos, no Novo México, Jerry Hogrefe disse estar incrédulo com a situação. “Sou polícia há 30 anos. Nunca vi nada como isto, é inacreditável”, disse Hogrefe, citado pela BBC. “Estavam magríssimos, as costelas deles estavam à mostra, tinham pouca higiene e estavam muito assustados”. A polícia já tinha patrulhado a zona semanas antes, mas não tinha encontrado motivos para emitir um mandado de busca.

As 11 crianças foram encaminhadas para os serviços de acção social do estado. “As crianças estão connosco e a nossa prioridade número um é a sua saúde e segurança”, admitiu em comunicado a responsável do CYFD, serviço de apoio a crianças do Novo México, Monique Jacobson. Três mulheres, que se crê serem as mães das crianças, foram detidas e interrogadas, mas acabaram por sair em liberdade. O grupo estaria a viver há meses no local e não se sabe ainda como e porque razão lá foram parar.

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Os detidos: Siraj Wahhaj (esquerda) e Lucan Morten (direita) TAOS COUNTY SHERIFF'S OFFICE HANDOUT/LUSA

Os dois homens detidos começaram por resistir às ordens dos oito polícias que foram ao local, mas acabaram por ceder horas depois, sem que ninguém ficasse ferido. Um dos homens, Siraj Wahhaj, de 39 anos, era procurado no estado norte-americano da Georgia por suspeita de ter raptado o seu filho de três anos – que não estava entre as crianças encontradas. O outro, Lucas Morten, é suspeito de ter dado abrigo a um fugitivo.

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