Jovens do PSD terão aulas com líder da UGT e Ribeiro e Castro

Na Universidade de Verão, entre 3 e 9 de Setembro, uma centena de militantes e independentes próximos do PSD com menos de 30 anos irão aprender a fazer discursos, debater no Parlamento e ouvir figuras do núcleo duro de Rui Rio.

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Miguel Manso

Há surpresas prometidas, como aconteceu no ano passado com a presença do ex-Presidente da República Cavaco Silva, mas as deste ano só serão conhecidas lá para o fim do mês. Para já, a centena de jovens sociais-democratas que se reúne em Castelo de Vide de 3 a 9 de Setembro para a Universidade de Verão do PSD já sabe que terá aulas com o líder da UGT, o socialista Carlos Silva, com a antiga ministra e presidente da Fundação Champalimaud Leonor Beleza, e com o antigo líder do CDS José Ribeiro e Castro.

Se os dois primeiros estão agendados para dar conferências, o centrista vai debater a necessidade de revisão do sistema eleitoral para permitir a coexistência de círculos uninominais e plurinominais (em que se escolhem deputados e partidos) com o politólogo e especialista em sondagens Pedro Magalhães. Os eurodeputados do PPE Paulo Rangel e o espanhol José Ignacio Salafranca falarão sobre a situação actual da Europa e a sua relação com o resto do mundo, enquanto Carlos Moedas, também presença assídua em Castelo de Vide, fará uma intervenção sobre ciência, a sua pasta na Comissão Europeia.

A Universidade de Verão, cujo programa é coordenado pelo director, o eurodeputado Carlos Coelho, servirá também de palco a nomes do núcleo duro escolhido por Rui Rio para a sua direcção e para o conselho estratégico nacional. O antigo ministro Nuno Morais Sarmento escolheu como tema a “social-democracia, hoje, em Portugal”; Salvador Malheiro discursará sobre energia e clima; o antigo ministro da Educação David Justino leva o ex-reitor da Universidade do Porto Sebastião Feyo de Azevedo para intervirem ambos num jantar-conferência; e o coordenador da pasta da Economia do conselho estratégico, Rui Vinhas da Silva falará sobre competitividade, exportações e investimento estrangeiro.

Embora possa haver entre os alunos quem já esteja em funções políticas, a curta idade (essencialmente entre os 18 e os 30 anos) faz com que não tenham muita experiência, por isso, para além dos exercícios de simulação de actividade em Assembleia, estão previstos workshops sobre técnicas de escrita de discursos e sobre como fazer passar a mensagem político-partidária, sobretudo pelos novos canais digitais como as redes sociais. No encerramento da universidade discursam Margarida Balseiro Lopes, presidente da JSD, e Rui Rio.

A Universidade de Verão, que se realiza desde 2003, acolhe militantes da JSD, jovens quadros do PSD e independentes que nas autarquias ou no movimento estudantil actuem na órbita do PSD. O partido tem investido no evento anualmente para se tentar renovar e este ano, sem a tradicional Festa do Pontal, no Algarve, o evento de Castelo de Vide tem a responsabilidade de funcionar como a rentrée política social-democrata.

Ainda na quinta-feira, o PSD fez questão de anunciar que desde as eleições directas de 13 de Janeiro, que deram a vitória a Rui Rio sobre Pedro Santana Lopes, o partido registou 3859 novos militantes, dos quais cerca de 1700 (45%) são jovens com menos de 30 anos.

“Uma demonstração de que a juventude acredita no projecto político que Rui Rio está a construir para Portugal”, defendeu o PSD em comunicado, uma forma de contrariar as vozes críticas que foram surgindo quando se conheceram os mais de 30 nomes que compõem o Conselho Estratégico. É que boa parte deste “governo-sombra” são antigos dirigentes e governantes sociais-democratas – há seis ex-ministros, alguns do tempo de Cavaco Silva –, a média de idades dos coordenadores é de 60 anos e a representação feminina fica abaixo de um terço (ainda assim superior às quotas das oradoras da universidade).

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