Antiga fábrica da Nestlé vai ser transformada em residências para idosos

Santa Casa da Misericórdia de Lisboa vai reabilitar a antiga fábrica dos gelados, em Monsanto. Serão disponibilizadas 62 camas e criado um “centro de bem-estar”, dedicado à actividade física.

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O edifício devoluto será convertido em residências para idosos Rui Gaudêncio

Onde um dia se fizeram os gelados da Rajá e, mais tarde, da Nestlé, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) vai fazer nascer uma nova unidade residencial com centro de dia e de actividade física para seniores. 

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Onde um dia se fizeram os gelados da Rajá e, mais tarde, da Nestlé, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) vai fazer nascer uma nova unidade residencial com centro de dia e de actividade física para seniores. 

A antiga fábrica, em pleno Parque Florestal de Monsanto, foi doada pela Nestlé no final de 2014 para que fosse transformada numa valência que servisse o “bem comum”, disse ao PÚBLICO Helena Lucas, directora do Departamento de Gestão Imobiliária e Património da SCML. 

Segundo a responsável, a reabilitação da fábrica já arrancou. Nela nascerá um espaço residencial adaptado a idosos e a quem tem mobilidade reduzida. A rede da Santa Casa contará, no final da obra, com mais 62 camas, distribuídas por 28 quartos (22 duplos e 6 individuais), e oito apartamentos de tipologia T0 e T1. 

Além das residências, nos terrenos da antiga fábrica será também construído um "centro de bem-estar", que contará com uma piscina e um ginásio, para promover a prática de actividade física. Este espaço poderá depois ser usufruído tanto por quem está alojado nas residências, como por utentes de outros equipamentos da SCML. Está também a ser “ponderada” a sua "abertura à comunidade", através de protocolos com outras entidades, como as juntas de freguesia, explicou Helena Lucas. 

O espaço contará ainda com uma sala de refeições voltada para o jardim e um auditório exterior que será acessível a pessoas com mobilidade reduzida.

No pulmão de Lisboa, o novo edifício deverá estar concluído no final de 2019, se se cumprirem todos os prazos da empreitada. Contudo, os primeiros utentes só deverão entrar nas residências em 2020. 

Na fase de obra, a SCML prevê investir cerca de quatro milhões de euros. No total, o terreno tem uma área bruta de construção com aproximadamente 4000 metros quadrados. Uma parte do edifício vai ser demolido, para que possa haver "mais espaços verdes", referiu Helena Lucas. "As preocupações deste projecto foram a acessibilidade e sustentabilidade”, continuou a responsável, explicando que serão utilizadas energias renováveis para sustentar algumas das necessidades energéticas do edifício. 

Mais 75 camas na Quinta Alegre

Já em fase de conclusão está o projecto da Quinta Alegre, na Charneca do Lumiar. Há dois anos foi anunciada a criação de um centro intergeracional nesses terrenos da freguesia de Santa Clara. A SCML dá agora por concluídos os trabalhos de reabilitação e conservação do Palácio do Marquês do Alegrete — e do jardim de traça romântica —, classificado pela Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) como Imóvel de Interesse Público. 

O espaço foi também transformado em residências para idosos, com 75 camas, distribuídas por quartos duplos e individuais e dez apartamentos de tipologia T0 e T1. Esta obra de recuperação foi, inclusive, uma das distinguidas na edição deste ano do Prémio Nacional de Reabilitação Urbana. Os primeiros utentes deverão chegar no início do próximo ano. 

O projecto prevê ainda a criação de uma “unidade residencial”, com a construção de habitações (também de tipologias T0 e T1) para arrendamento destinadas a jovens ou adultos em início de vida. O espaço incluirá também áreas lúdicas e culturais, que serão abertas à comunidade. A construção destas infra-estruturas está ainda em fase de projecto.