Medalha do “Nobel da Matemática” furtada a Caucher Birkar

Prémio para o anglo-iraniano Caucher Birkar tinha sido uma das surpresas da cerimónia das Medalhas Fields 2018. Pouco depois de a receber, ficou sem ela. A medalha em ouro está avaliada em cerca de 4000 dólares.

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Caucher Birkar foi um dos quatro matemáticos distinguidos este ano EPA/Tania Rego

Um dos vencedores das Medalhas Fields 2018, que distingue matemáticos em todo o mundo, ficou sem o prémio pouco depois de ter recebido a medalha em ouro avaliada em 4000 dólares na cerimónia de quarta-feira, no Rio de Janeiro, Brasil. Caucher Birkar, um refugiado curdo do Irão, naturalizado no Reino Unido e professor na Universidade de Cambridge, guardou o prémio com que foi distinguido na pasta, enquanto estava ainda no local da cerimónia. Minutos depois, a pasta desapareceu.

O furto foi confirmado pela organização, escreve a agência Reuters. “O Congresso Internacional de Matemáticos lamenta profundamente o desaparecimento da pasta do matemático Caucher Birkar, que continha a Medalha Fields da cerimónia desta manhã”, disseram os organizadores numa nota.

A segurança que estava no local encontrou a pasta vazia num dos pavilhões próximos do local e as autoridades já identificaram dois possíveis suspeitos.

As Medalhas Fields são o mais prestigiado prémio de matemática do mundo e são muitas vezes consideradas o “Nobel da Matemática”, uma vez que os Prémios Nobel não incluem aquela ciência. São, por intenção do criador, um prémio que considera apenas pessoas até aos 40 anos e são entregues de quatro em quatro anos.

Caucher Birkar foi uma das surpresas entre os vencedores. Cresceu numa família pobre numa região fustigada pela guerra e aprendeu matemática nos escombros com a ajuda do irmão. Especializou-se em geometria algébrica e depois de se formar na Universidade do Teerão acabaria por chegar a Cambridge.

Para além de Caucher Birkar, de 40 anos, foram distinguidos mais três cientistas: o italiano Alessio Figalli, de 34 anos, da Universidade Tecnológica ETH de Zurique, na Suíça; o alemão Peter Sholze, de 30 anos, da Universidade de Bona; e o australiano Akshay Venkatesh, de 36 anos, professor e investigador na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos.

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