Ciclistas americanos e europeus mortos no Tajiquistão

Grupo terá sido atropelado intencionalmente, e as autoridades admitem que se possa ter tratado de uma acção terrorista.

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Na imagem está a cidade tajique de Khorog que fica a cerca de 200 quilómetros do local do atropelamento Shamil Zhumatov/REUTERS

Quatro ciclistas estrangeiros — dois norte-americanos, um suíço e um holandês — morreram este domingo no Tajiquistão no que as autoridades daquela república da Ásia Central admitem que terá sido um atropelamento premeditado. O condutor fugiu do local do incidente, que fez outros três feridos entre o grupo de ciclistas. O possível ataque aconteceu na zona de Danghara, a cerca de 90 quilómetros da capital Dushanbe. 

Na operação policial que se seguiu, dois suspeitos de envolvimento na acção foram mortalmente alvejados pelas autoridades, segundo noticia a BBC. De acordo como o ministro do Interior tajique, Ramazon Rahimzoda, quatro outras pessoas foram detidas e um carro danificado foi apreendido.

Rahimzoda disse ainda que as autoridades investigam várias hipóteses: a de um mero acidente rodoviário seguido de um confronto; uma tentativa de assalto e, por fim, a de um ataque terrorista. Os suspeitos detidos, acrescentou, tinham facas e armas de fogo.

Um dos três ciclistas sobreviventes — que são de nacionalidade francesa, holandesa e suíça — apresentava ferimentos causados por uma arma branca, encontrando-se hospitalizado em situação "estável". Outro encontra-se em estado de choque. Um terceiro, que chegou a ser detido pela polícia para interrogatório, inspira menos cuidados.

“Condenamos veemente a crueldade dos atacantes e reconhecemos que não representa, de modo algum, a simpatia e hospitalidade da população tajique”, referiu a embaixada dos EUA no país, que confirmou a existência de duas vítimas mortais de nacionalidade norte-americana. O ministro dos Negócios Estrangeiros holandês confirmou também a morte de um cidadão dos Países Baixos, referindo que se tratava de um homem de 56 anos.

O Presidente tajique, Emomali Rakhmon, que enviou condolências às autoridades dos países de onde eram originárias as vítimas, liderou a luta contra o extremismo islâmico na guerra civil que destruiu o país e matou dezenas de milhares de pessoas entre 1992 a 1997. Desde o fim da União Soviética que o Tajiquistão tem sido palco de pobreza e instabilidade. Este ano, porém, Dushanbe tinha feito uma aposta estratégica no turismo, agora posta em causa por um incidente cujos contornos ainda estão por apurar na sua totalidade.

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