Greve de taxistas faz parar Madrid e Barcelona

Protesto contra emissão de licenças para a Uber e Cabify alastra a várias cidades. Motoristas admitem bloquear a fronteira com França caso o Governo não responda às suas exigências.

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A greve dos taxistas espanhóis, que arrancou na quarta-feira em Barcelona mas se estendeu a Madrid, está a paralisar as principais artérias das duas maiores cidades de Espanha. O protesto, motivado por falhas na limitação de licenças atribuídas a plataformas concorrentes como a Uber e a Cabify, tinha duração indefinida, mas segundo o El País, os taxistas estão prontos a desmobilizar na quarta-feira. No entanto, não fica de lado a possibilidade de novas paralisações.

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A greve dos taxistas espanhóis, que arrancou na quarta-feira em Barcelona mas se estendeu a Madrid, está a paralisar as principais artérias das duas maiores cidades de Espanha. O protesto, motivado por falhas na limitação de licenças atribuídas a plataformas concorrentes como a Uber e a Cabify, tinha duração indefinida, mas segundo o El País, os taxistas estão prontos a desmobilizar na quarta-feira. No entanto, não fica de lado a possibilidade de novas paralisações.

O protesto centra-se nas Gran Via de Barcelona e Madrid, que estão completamente obstruídas. Os taxistas interromperam a circulação na estrada e montaram acampamentos onde têm pernoitado. “Ficaremos aqui e esperaremos uma solução do Governo. Não temos nada a perder”, diz Sergi, um dos taxistas ouvido pelo El País. Em assembleias espontâneas, os taxistas têm discutido a possibilidade de escalar o protesto, admitindo bloquear a fronteira com França ou cortar o acesso ao terminal de cruzeiros do porto de Barcelona.

Para além de Madrid e Barcelona, protestos similares começam a ganhar força em Málaga, Sevilha, Castellón, Benidorm, Valência, Alicante e Saragoça, numa altura em que Espanha recebe centenas de milhares de turistas.

Oposição à Uber e Cabify

Os taxistas espanhóis exigem ao Governo que faça cumprir uma lei aprovada em 2015 que impõe um limite à emissão de licenças de aluguer de veículos com condutor para a Uber e Cabify. O diploma estabelecia um rácio de uma licença para estas plataformas por cada 30 para taxistas, mas os motoristas denunciam que isso não está a acontecer. E estão irredutíveis: querem que o Governo aprove, até à próxima sexta-feira, um decreto-lei que ponha travão às licenças para veículos privados, explica o jornal El Confidencial

A empurrar os taxistas para a greve esteve também a recente decisão do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha, que vetou uma decisão da câmara de Barcelona no sentido de impôr um limite aos às licenças.

Para esta segunda-feira está agendada uma reunião entre os representantes das principais associações de taxistas de Espanha e o Ministério dos Transportes. Se o Governo não mostrar “vontade firme” de acatar as exigências dos taxistas, estes vão avançar com novos protestos, garante o porta-voz da Elite Taxi Barcelona, Alberto Álvarez, ao El Mundo.

Entretanto, e à margem da greve, começaram a surgir denúncias de agressões a motoristas da Uber e Cabify por parte de taxistas. Num comunicado ao qual o El País teve acesso, a Uber diz-se “horrorizada” com a situação e diz estar a ponderar formas de aumentar a segurança dos seus colaboradores.