Museu das Termas Romanas vai ter obras para resolver problemas de humidade

As termas medicinais romanas são um monumento que esteve perdido no tempo durante quase dois mil anos e que foi descoberto durante a construção de um parque de estacionamento.

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Nelson Garrido

O presidente da Câmara de Chaves anunciou nesta quinta-feira que a intervenção no Museu das Termas Romanas arranca em breve, depois de encontrada uma solução para o problema de ventilação que passa pelo reaproveitamento da água quente do balneário.

Nuno Vaz explicou que a solução foi apontada pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), depois de um pedido de avaliação ao projecto e ao espaço.

As termas medicinais romanas são um monumento que esteve perdido no tempo durante quase dois mil anos e que foi descoberto durante a construção de um parque de estacionamento subterrâneo, em pleno centro da cidade de Chaves.

Depois de concluída a fase de construção do edifício, que alberga o Museu das Termas Romanas, a autarquia quer avançar agora com o projecto de musealização do espaço.

Há, no entanto, uma polémica relacionada com a solução técnica encontrada para a resolução do problema de condensação, de humidade, já que as termas ainda possuem água quente.

Nuno Vaz explicou que solução herdada pelo actual executivo revelou uma "factura energética elevada", a rondar os 40 mil euros por ano, e disse que era ainda insuficiente para assegurar a remoção do vapor de água emitido pelas águas termais e para prevenir o risco de ocorrência de condensações.

O LNEC propôs duas soluções para a resolução do problema, a primeira traduzindo-se na criação de maior área de ventilação natural e um aquecimento do espaço, utilizando um ramal de água quente do balneário das termas de Chaves.

O laboratório propôs ainda a criação de maior área de ventilação natural, com arrefecimento da água das piscinas e aquecimento do museu com o calor recuperado da água arrefecida.

Nuno Vaz afirmou que "são duas soluções que partem do problema inicial".

Ou seja, acrescentou, "o problema é transformado em solução" e será a própria água quente, a causa da condensação, que será usada para o aquecimento do edifício.

Nuno Vaz adiantou ainda à agência Lusa que se prevê dar início à execução da obra "dentro de pouco tempo" e que o Museu das Termas Romanas deverá estar concluído "até ao final de 2019".

Entretanto, foi criada uma comissão de trabalho por parte da Assembleia Municipal de Chaves, constituída por todos os grupos municipais, que vai recolher documentação e testemunhos para a produção de um relatório e conclusões sobre todo o processo do Museu das Termas Romanas.

Depois, segundo Nuno Vaz, serão "tiradas as devidas ilações".

"Perante as conclusões e se forem apuradas responsabilidades (...) de cariz financeiro, administrativo ou de outra índole, enviaremos esse assunto para a entidade competente, que, na nossa perspectiva, é o Ministério Público.

Este monumento ficou "congelado no tempo", depois de um sismo que há cerca de 17 séculos provocou a derrocada do edifício das termas romanas na zona onde é hoje Chaves.

Foi descoberto em 2005 e, ao longo destes anos, foram efectuadas as escavações que revelaram duas grandes piscinas, mais sete de pequenas dimensões e ainda um complexo sistema hidráulico de abastecimento às estruturas e que ainda hoje funciona.

Depois de concluída a fase de construção do edifício, que alberga o Museu das Termas Romanas, a autarquia vai avançar agora com o projecto de conservação, desumidificação e musealização do espaço.

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